Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Prefeitura de SP

Procuradores terão de devolver parte do salário

Medida foi tomada após denúncia de que 140 procuradores municipais receberam supersalários acima do limite constitucional dos ministros do STF

A Prefeitura de São Paulo afirmou na segunda-feira que todos os servidores que receberam acima do teto do funcionalismo terão de devolver a diferença recebida a mais nos últimos quatro meses. A medida foi anunciada após o Estado revelar no domingo que 140 procuradores municipais receberam supersalários acima do limite constitucional dos ministros do Supremo Tribunal Federal (R$ 26.723,13) - um deles ganhou R$ 76,4 mil em junho.

O anúncio da administração municipal é uma tentativa de se enquadrar às regras feitas pelo próprio prefeito Gilberto Kassab (sem partido) em abril, quando publicou decreto estabelecendo limites para o funcionalismo municipal. Para os procuradores, o teto estabelecido foi o do salário de desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (R$ 24.117,62). Mas não só esse limite não havia sido aplicado até agora como nem sequer notificados sobre os ajustes dos salários os funcionários haviam sido.

Segundo a Prefeitura, os avisos vão começar a partir deste mês. A ideia é que, em setembro, não haja mais nenhum servidor ganhando acima do limite, somando tanto a remuneração fixa quanto verbas extras de gratificações e honorários advocatícios, no caso dos procuradores. As exceções serão as verbas indenizatórias, como vale transporte e auxílio-doença, e as gratificações incorporadas aos supersalários antes da aprovação da Emenda Constitucional 41, em 2003, que estabeleceu o teto dos ministros do STF para qualquer tipo de vencimento de servidores.

No caso das gratificações, a manutenção dos altos contracheques vem de decisão recente do STF, que entendeu que a Constituição garante a "irredutibilidade" de direitos já garantidos.Parecer

Apesar de prometer agora cortar os supersalários municipais a partir de agosto, a Prefeitura já havia sido informada em novembro do ano passado sobre a ilegalidade dos pagamentos que excedessem os limites legais. Parecer enviado pela Procuradoria-Geral do Município e obtido com exclusividade pelo ornal O Estado de S. Paulo já recomendava à administração aplicar o "limite remuneratório constitucional no Município de São Paulo".

O parecer é de autoria do próprio procurador-geral do Município, Celso Augusto Coccaro, e foi corroborado pelo secretário de Negócios Jurídicos, Cláudio Lembo, antes de ser enviado para a Secretaria de Planejamento - responsável pela folha de pagamentos dos servidores da Prefeitura. Segundo o documento, o governo deveria parar de pagar imediatamente aos funcionários todas as gratificações e honorários advocatícios que ultrapassassem esse limite. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.