
O PT focará seu programa de governo para a reeleição da presidente Dilma Rousseff em um conjunto de propostas que serão apresentadas como "um novo ciclo de mudanças". A sigla divulgou ontem um documento, aprovado pela executiva nacional, com as principais diretrizes que irão embasar o programa de governo.
O documento busca apresentar propostas para as principais demandas apresentadas pelas manifestações de rua do ano passado e que foram encampadas pela presidente Dilma na apresentação dos "cinco pactos em favor do Brasil", logo após os protestos.
Uma das reformas propostas pelo documento é a reforma política como meio de permitir maior "participação da sociedade na formulação e controle das políticas públicas". O texto propõe ainda a realização de uma Constituinte Exclusiva que poderá eliminar o financiamento empresarial privado nos processos eleitorais.
Apesar de defender as reformas, o texto não menciona a realização de plebiscitos ou referendos, mas afirma que "deve haver maior participação da sociedade na formulação e controle das políticas públicas".
Outras ações
O texto afirma ainda que o partido se proporá a fazer as reformas agrária, urbana, política e tributária, a democratização dos meios de comunicação, a ampliação dos direitos públicos universais, aprofundar a soberania nacional, a integração latino-americana e caribenha e a participação no bloco econômico dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) como "parte da construção de uma nova ordem mundial".
Em uma crítica direta aos pré-candidatos à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, e pelo PSB, Eduardo Campos, o documento afirma que ambos são neoliberais e a proposta do PT configura a "melhor resposta aos que tentam manipular as legítimas aspirações de mudança do povo brasileiro".
Processo
O documento com as diretrizes do partido ainda será submetido ao diretório nacional do PT que deverá referendá-lo. Depois, os partidos aliados deverão discuti-lo além de apresentar suas propostas para o programa de governo.
Os pontos apresentados podem, no entanto, sofrer resistências de partidos aliados como o PMDB. No ano passado, por exemplo, o partido foi contrário à realização de um plebiscito para alterar regras eleitorais, como proposto por Dilma.



