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Denúncia

Promoção de servidores na Alep será investigada

Existe a suspeita de que funcionários aprovados em concurso público para um cargo foram reenquadrados na carreira de outro com remuneração melhor

 | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
(Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)

A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) está novamente sob suspeita de irregularidades. O presidente da Casa, deputado Valdir Rossoni (PSDB), montou uma comissão para analisar a regularidade e a legalidade de um ato de 2005 que promoveu o enquadramento funcional de 607 servidores do Legislativo. Existem indícios de que houve promoções irregulares na carreira de parte dos funcionários do grupo. Servidores efetivos de determinados cargos foram promovidos ilegalmente para uma carreira diferente, com aumento salarial.

De acordo com a Cons­tituição Federal, mudanças de carreira só podem ser feitas mediante concurso público. A suspeita é que, mesmo sem realizarem as provas, servidores tiveram progressões e, consequentemente, aumento salarial.

Há indícios, por exemplo, de que servidores aprovados em concurso público para taquígrafo foram reenquadrados na carreira de consultor legislativo, que tem remuneração melhor. Outra possível irregularidade está no fato de o ato de reenquadramento só ter sido publicado no Diário Oficial no dia 18 de maio de 2006 – um ano depois de ser assinado.

A relação de funcionários supostamente beneficiados é extensa e inclui o ex-governador Orlando Pessuti (PMDB), a ex-primeira-dama Regina Pessuti, ex-diretores da Casa e parentes de deputados, além de ex-parlamentares. A comissão montada por Rossoni deve concluir os trabalhos até o fim de abril. Até lá, serão apreciadas as situações funcionais dos 607 servidores reenquadrados. Um dos possíveis resultados do trabalho da comissão pode ser a redução de salários.

Supremo

O reenquadramento foi feito com base numa lei aprovada pelos deputados estaduais que está sendo questionada no Supremo Tribunal Federal (STF). A própria Assembleia ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) questionando a legalidade da lei que ela mesma havia aprovado anos antes. A perspectiva é que a Adin seja julgada ainda neste semestre.

O ato sob suspeita foi assinado pelo então presidente da Assembleia Hermas Brandão – hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná (TC). Ele afirmou que apenas homologou a decisão tomada pela comissão que, na época, foi formada para analisar o enquadramento dos funcionários efetivos da Casa.

Hermas disse ainda que o ato foi assinado com base na lei que agora é alvo de questionamento no STF. "Se houve irregularidade, tem de ser corrigido. Nada foi feito sem a apresentação de documentos. Para mim, foi um ato legal porque havia uma lei e uma comissão para avaliar os casos. Eu apenas homologuei a decisão", diz o expresidente.

O ex-governador Orlando Pessuti afirmou que tanto ele quanto a mulher foram reenquadrados com base na lei aprovada na Assembleia. Segundo ele, caso o STF entenda que a lei é inconstitucional, nenhum dos funcionários pode ser responsabilizado. "Enquanto existir essa lei, entendo que a Mesa Executiva não pode reclassificar os funcionários que foram enquadrados de acordo com a legislação."

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