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Caso Renan

Proposta contra sessão secreta chega ao Senado

Projeto propõe sessão aberta de votação de processos de cassação. Mesa Diretora considera impossível tramitação

Quiosques da Praia Central de Guaratuba não têm autorização para funcionar | Carlos Ohara/Gazeta do Povo
Quiosques da Praia Central de Guaratuba não têm autorização para funcionar (Foto: Carlos Ohara/Gazeta do Povo)

O senador Delcídio Amaral (PT-MS) ingressou no final da tarde desta segunda-feira (10), junto à Mesa Diretora da Casa, com um projeto de resolução que terminaria com a sessão secreta na votação de processos de cassação. A proposta, no entanto, foi entregue após o encerramento da sessão do plenário e, portanto, só poderá ser lida na reunião desta terça. Apesar do prazo pequeno e das barreiras regimentais, Amaral ainda tem alguma esperança de que a matéria tenha validade na votação do caso Renan Calheiros (PMDB-AL).

"Nós estamos dando mais transparência nesse processo, e, se houver acordo de liderança, tudo fica mais fácil, como várias vezes nós fizemos aqui no Senado", acredita o senador. O processo contra Renan será votado na quarta-feira (12) e, conforme o regimento, ocorrerá com sessão e voto secretos.

A princípio, cinco parlamentares subscreveriam a proposição, mas, conforme Amaral, apenas Jefferson Peres, por fax, avalizou o projeto. Os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Augusto Botelho (PT-RR) e Pedro Simon (PMDB-RS) também integrariam a lista, mas não haviam se manifestado oficialmente até a apresentação da proposta.

Lobista

Renan Calheiros será julgado sob a acusação de pagar despesas pessoais com recursos do lobista Cláudio Gontijo, funcionário da construtora Mendes Junior. No Conselho de Ética, 11 senadores pediram a cassação de Renan e quatro defenderam a absolvição.

A idéia de tentar acabar com a sessão secreta na antevéspera foi criticada pelo colega de bancada de Amaral, senador Paulo Paim (PT-RS). "O que não pode é prevalecer a demagogia. Por que só agora é que se vem falar nisso?", questiona Paim.

Mesa Diretora

A secretária-geral da Mesa Diretora do Senado, Cláudia Lyra, descartou a possibilidade de que o julgamento de Renan aconteça em sessão pública. "Eu assumo que, no meu modo de entender, não há esta possibilidade. Existe um princípio da estabilidade do processo e a sessão já foi marcada com a regra prevista pelo regimento", informou Lyra.

O projeto de resolução para alterar o Regimento do Senado precisa seguir um trâmite que torna ainda mais difícil a possibilidade de que entre em vigor antes de quarta-feira (12). Deve ser lido em plenário, depois é aberto prazo para que os parlamentares introduzam emendas à proposta. Na seqüência, a matéria é analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para, finalmente, ser levada à Mesa Diretora e ao plenário para votação.

Existe, no entanto, uma fórmula para que esta tramitação seja abreviada. No caso de acordo entre os partidos, por unanimidade, as barreiras regimentais seriam ultrapassadas e a matéria poderia, em tese, ser levada à votação nesta terça-feira.

De acordo com a secretária da Mesa, o projeto de resolução pode ser aprovado em caráter de urgência antes do julgamento e, ainda assim, não poderia ser considerado para o atual processo.

Claudia Lyra avalia que o processo deve prosseguir até o final com as mesmas regras existentes no dia de sua instauração. Ou seja, com a sessão e o voto secretos.

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