Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Reforma política

Proposta de sistema eleitoral reduz influência do poder econômico

Modelo prevê mudanças na forma de financiamento das campanhas e dos partidos. As doações de grandes empresas não seriam mais permitidas

Marlon Reis, juiz eleitoral, um dos responsáveis pela criação da Lei da Ficha Limpa | Bruno Covello/ Gazeta do Povo
Marlon Reis, juiz eleitoral, um dos responsáveis pela criação da Lei da Ficha Limpa (Foto: Bruno Covello/ Gazeta do Povo)

Um dos responsáveis pela criação da Lei da Ficha Limpa, o juiz eleitoral Marlon Reis apresentará à sociedade, nesta semana, um projeto alternativo de reforma política – chamado de "voto transparente". O foco é a alteração do sistema eleitoral e a criação de um sistema de financiamento público de campanha que reduza a influência do poder econômico nas eleições. O projeto, elaborado por Reis, Edson de Rezende Castro e Marcelo Roseno de Oliveira, será apresentado também ao Movimento de Combate à Corrupção (MCCE).

INFOGRÁFICO: Veja as diferenças entre o sistema eleitoral atual, o modelo proposto na Câmara e o voto transparente

Reis sugere um sistema de votação proporcional que mistura características de lista aberta e fechada. A eleição ocorre em dois turnos. Todos os partidos devem apresentar uma lista pré-ordenada de candidatos. No primeiro turno, os eleitores têm de votar em um dos partidos para definir o coeficiente eleitoral. Os candidatos listados por primeiro em cada lista disputam, então, o voto individual no segundo turno. O número de candidatos de cada partido equivale ao dobro do número de cadeiras conquistadas no primeiro turno. Os mais votados entram.

Segundo o juiz, o modelo apresenta uma série de vantagens em comparação com o atual e também com o proposto pela comissão de reforma política, que deve ser votado na terça e na quarta-feira. O sistema mantém a decisão final com o eleitor, mas exige o fortalecimento dos partidos. "A democracia não amadurece sem partidos políticos fortes, capazes de apresentar um programa próprio", afirma.

Além disso, ele permite uma maior adequação dos votos para eleições majoritárias e proporcionais. Haveria, também, uma redução no número de candidatos e uma redução drástica nos custos das eleições. Finalmente, Reis considera que o modelo traz mais clareza para o eleitor, uma vez que ele terá de votar em um partido antes de escolher seu candidato, sabendo quem está na lista de qual legenda e quem tem chances de ser eleito.

O modelo prevê também mudanças na forma de financiamento das campanhas e dos partidos. As doações de grandes empresas – e mesmo de indivíduos – para campanhas políticas não seriam mais permitidas. Entretanto, isso não significaria o fim da possibilidade de doações. Indivíduos poderiam seguir colaborando, tanto com doa­­ções para o fundo partidário, quanto com doações diretas para os próprios partidos.

MCCE

Principais Manchetes

Tudo sobre:

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.