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Em São Paulo, desocupação da Avenida Paulista nesta sexta pela manhã teve confronto de manifestantes anti-Dilma com a PM. | Zanone Fraissat/Folhapress
Em São Paulo, desocupação da Avenida Paulista nesta sexta pela manhã teve confronto de manifestantes anti-Dilma com a PM.| Foto: Zanone Fraissat/Folhapress

A tensão política dessa semana, que culminou com a divulgação de áudios interceptados de gravações telefônicas entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros políticos, entre eles a presidente Dilma Rousseff, pode atingir o ápice nessa sexta-feira (18).

Pelo menos três grandes cidades – Curitiba, São Paulo e Brasília – devem ser palco de manifestações populares favoráveis e contrárias ao governo federal, à posse de Lula como ministro da Casa Civil e aos rumos que a Operação Lava Jato está tomando.

Entidades e movimentos sociais organizam protestos contra o que entendem como um “golpe contra a democracia” e ataques à presidente Dilma Rousseff e à Lula em todas as capitais brasileiras. Já os movimentos de direita não organizaram manifestações oficiais, mas confirmam que reuniões espontâneas devem ocorrer nos grandes centros.

Grupos pró-impeachment são retirados da Paulista pela PM

A tropa de choque da Polícia Militar expulsou manifestantes que estavam na Avenida Paulista há 40 horas protestando contra o governo da presidente Dilma Rousseff. A tropa da PM estava desde a manhã desta sexta-feira, 18, negociando com os manifestantes pró-impeachment que estavam acampados em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O intuito era evitar que eles entrassem em choque com manifestantes pró-governo, que têm ato marcado para esta tarde.

Barracas foram retiradas pelos PMs. Por volta das 8h30, os policiais deram 30 minutos para que os manifestantes deixassem o local. O grupo não aceitou a ordem e a Tropa de Choque passou a usar jatos de água para dispersar a multidão. Os policiais também usaram bombas de efeito moral contra os manifestantes. A foi desbloqueada por volta das 9h10.

Mais de cem pessoas se revezavam desde a noite de quarta-feira (16) no local para impedir a retirada do acampamento com 32 barracas montadas em frente ao prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), interditando a avenida nos dois sentidos.

Diante da possibilidade de confronto entre os grupos, a Polícia Militar (PM) se organiza para tentar evitar confusão e quebra-quebra.

Em São Paulo, a tropa de choque da PM acompanha a interdição da avenida Paulista por grupos pró-impeachment desde quinta-feira (17). Em Curitiba, a PM informou que não costuma organizar esquemas especiais de segurança para manifestações, mas que está avaliando a necessidade de reforço para o protesto agendado para essa sexta-feira (18) no Centro da capital. Em Brasília, desde esta quinta, policiais militares isolam o entorno do Palácio do Itamaraty.

Lula participa de ato em São Paulo

Em São Paulo, a expectativa pelo ato em defesa do governo federal na avenida Paulista é alta. Segundo a Frente Brasil Popular, Lula deve participar do protesto junto com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) e membros dos partidos políticos PT, PCdoB e PCO.

A mobilização começa a partir das 16 horas, em frente ao MASP, com o “Canto da Democracia”, que promoverá shows e discotecagem. A partir das 18 horas será organizado o ato político.

A organização, que espera 150 mil manifestantes no ato, pede isonomia da Polícia Militar em relação ao ato de domingo, com manifestantes favoráveis ao governo Dilma Rousseff e lembram que secretário de Segurança garantiu retirada de manifestante que ocupam a avenida desde quarta-feira.

A Frente Brasil Popular convocou atos em mais de 40 cidades. No Rio de Janeiro, artistas como Beth Carvalho, Osmar Prado e Silvia Buarque confirmaram presença.

Manifestantes pró-Dilma se reúnem no Centro de Curitiba

Em Curitiba, a Frente Brasil Popular, articulação política que reúne 60 entidades, como Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento Sem-Terra (MST) e União Nacional dos Estudantes (UNE), organizará um ato “em defesa da democracia, dos direitos sociais e contra o golpe” nessa sexta-feira (18).

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Em sua página oficial no Facebook, o Fórum de Lutas 29 de Abril, que também participa da mobilização, convoca a população às ruas contra o que consideram “a farsa golpista da Lava Jato” e contra a “perseguição ao Lula”.

A manifestação pró-Dilma na Capital está marcada para às 18 horas, na praça Santos Andrade. Os organizadores não informaram quantas pessoas são esperadas, mas já se sabe que há caravanas vindo de diversos municípios paranaenses para engrossar o coro a favor do governo federal.

Temendo possíveis confrontos com outras manifestações contrárias ao governo federal – que têm reunido espontaneamente centenas de pessoas em frente à Justiça Federal desde quarta-feira (16), quando foi anunciada a nomeação de Lula como ministro da Casa Civil –, os organizadores reuniram-se com a Polícia Militar na tarde de quinta-feira (17) para montar um esquema de segurança.

A orientação aos manifestantes é de evitar provocações e acionar a PM diante de movimentações suspeitas.

Brasília

Em Brasília, os atos favoráveis à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula estão marcados para começar às 17 horas, em frente ao Museu da República, na Esplanada dos Ministérios.

Na noite de quinta-feira (17), segundo informações apuradas pelo Correio Braziliense, cerca de 8 mil pessoas protestaram na Praça dos Três Poderes contra a presidente e a nomeação de Lula. Por precaução, a Polícia Militar isolou toda a periferia do Palácio do Itamaraty.

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