
O primeiro passo para definir o quadro eleitoral do próximo ano foi dado ontem com a decisão oficial do PSDB do Paraná de lançar candidato próprio a governador. O anúncio foi feito pelo presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, e enterra de vez as chances de continuidade da aliança com o PDT do senador Osmar Dias.
A relação entre os dois partidos estava estremecida desde fevereiro, quando os tucanos decidiram que iam lançar "preferencialmente" candidatura própria. O termo "preferencialmente" abria uma possibilidade de os tucanos apoiarem Osmar algo que foi enterrado ontem.
O PSDB só deixou em aberto quem será o candidato tucano: o prefeito Beto Richa ou o senador Alvaro Dias. A escolha do nome será feita com base em pesquisas de intenção de voto, critério que agradou a Alvaro Dias porque o coloca em pé de igualdade com o prefeito na briga pela vaga.
Com a confirmação, pela Executiva Nacional do PSDB, de que Rossoni permanecerá na presidência do partido no estado até 2011, a tese da candidatura própria ganhou ainda mais força. "O Beto se colocou à disposição e agora temos dois pré-candidatos. No momento oportuno, será analisado através de pesquisas quem está em melhores condições", disse Rossoni.
Racha
Rossoni procurou minimizar a possibilidade do fim da aliança com o PDT. Afirmou que não só o senador Osmar Dias, mas outros partidos estão convidados a apoiar o projeto de candidatura tucana. "Vamos tentar compor com quem desejar, mas esse é o momento de todos construírem candidaturas próprias. E temos de respeitar o posicionamento do Osmar."
Para Alvaro, antecipar o critério para a escolha do candidato a governador foi um avanço e vai selar a unidade partidária. O senador defende, no entanto, que a indicação com base em pesquisas eleitorais seja ampliada também para o irmão, Osmar Dias. "Gostaria que o PSDB o convidasse para a aliança com a adoção desse critério. A ideia seria fechar já uma aliança com o PDT e definir o candidato oportunamente em função da opinião pública", sugeriu Alvaro. A estratégia fortaleceria o palanque presidencial do partido e somaria forças políticas para a candidatura à Presidência da República do PSDB. Segundo Alvaro Dias, essa é uma opinião pessoal, que só foi discutida por enquanto com a direção nacional do partido.
Num cenário político ainda indefinido, há pelo menos uma certeza: os irmãos Dias não vão disputar o governo do estado em palanques separados. "Temos um entendimento entre nós que não disputaríamos um contra o outro e avaliaríamos nossas candidaturas por meio de pesquisas. Se eventualmente o Osmar estiver em melhores condições, eu abdico da minha pré-candidatura", disse Alvaro. "Mas se fosse hoje, por exemplo, eu seria o candidato."



