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O diretório nacional do PSDB anulou a coligação do partido com o PMDB no Paraná por considerar que a decisão de apoiar a candidatura do governador Roberto Requião (PMDB) – tomada na quinta-feira – não atende aos interesses nacionais do partido. A posição do governador em se manter neutro na disputa para a Presidência da República, negando apoio ao tucano Geraldo Alckmin, contribuiu para a intervenção.

A convenção estadual do PSDB do Paraná decidiu, por uma vantagem apertada de cinco votos, o apoio à reeleição de Requião, defendida pelo grupo liderado pelo presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão. A resolução que anula a coligação com o PMDB foi assinada na quinta-feira à noite pelo presidente nacional do partido, Tasso Jereissati, logo após o resultado da convenção.

De acordo com o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, o diretório nacional não se posicionou antes porque precisava do resultado da convenção. "Com essa resolução cada um pode seguir o seu caminho na eleição para governador" , disse Rossoni. Ele exibiu o documento na convenção estadual do PDT, declarando publicamente seu apoio ao senador Osmar Dias ao governo.

A candidatura de Alvaro Dias para o Senado e as chapas para deputado estadual e federal do PSDB, homologadas na convenção, continuam válidas.

Norma

De acordo com o diretório nacional, a Comissão Executiva Nacional foi autorizada a baixar atos válidos para todo o país e, em abril, soltou uma norma indicando que as eleições majoritárias e proporcionais nos estados deveriam levar em consideração o objetivo de fortalecer a candidatura presidencial do partido.

O deputado Hermas Brandão evitou comentar o anúncio da executiva nacional do PSDB, mas disse que está tranqüilo sobre a legalidade da aliança entre o seu partido e o do governador Roberto Requião. Ontem à noite ele se reuniu com a cúpula do PMDB para discutir o assunto. Segundo Hermas, a aliança está baseada em uma decisão tomada em convenção, o que garante a legitimidade do acordo.

O deputado tucano Nélson Garcia, que apoiou a coligação com o PMDB, diz que o PSDB só perde com essa atitude. "Não terá o apoio dos deputados estaduais na campanha, que continuarão a apoiar Requião e o governador vai acabar apoiando o Lula", disse Garcia.

O deputado federal Gustavo Fruet (PSDB), que teve o nome cogitado na possibilidade de candidatura própria do partido, disse que dificilmente a resolução será derrubada por uma contestação judicial porque está muito bem embasada. "A avaliação da direção nacional foi do espaço que o PSDB iria perder. O partido estaria abrindo mão das inserções de rádio e tevê, durante 45 dias, em 38 emissoras de televisão e 310 de rádio. Espaço que não seria utilizado para pedir voto para Alckmin", disse Fruet.

O deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB) aprovou a atitude da executiva nacional, porque, segundo ele, a coligação não atendia aos interesses de Alckmin. A assessoria do senador Tasso Jereissati afirmou ontem que o deputado Hermas Brandão pode entrar com ação na Justiça, mas dificilmente conseguirá derrubar a decisão. De acordo com a assessoria jurídica do diretório nacional, a lei 9.504 determina que "uma convenção inferior não pode sobrepor uma convenção superior", que é a nacional. Outro fator que impede a coligação com o PMDB no estado, segundo os assessores de Jereissati, é o apoio do PFL ao PPS de Rubens Bueno. Como PFL e PSDB estão juntos nacionalmente, não poderiam apoiar candidatos separados nos estados.

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