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Eleições 2010

PSDB se reúne para definir entre Beto ou Alvaro

Preocupação maior é evitar que a disputa interna divida os tucanos no Paraná, com consequências negativas para a candidatura presidencial de José Serra

Alvaro e Richa: o senador diz que é o nome que mais agrega benefícios para o PSDB no Paraná e para a eleição presidencial; Beto destaca o sucesso de sua gestão à frente da administração municipal de Curitiba | Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo
Alvaro e Richa: o senador diz que é o nome que mais agrega benefícios para o PSDB no Paraná e para a eleição presidencial; Beto destaca o sucesso de sua gestão à frente da administração municipal de Curitiba (Foto: Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo)

A executiva estadual do PSDB paranaense se reúne amanhã, em Curitiba, para apressar o processo de escolha do candidato tucano que vai disputar em outubro a eleição para o governo do estado. A definição por uma das duas pré-candidaturas – a do prefeito Beto Richa ou do senador Alvaro Dias – não deve sair já nesta reunião. Mas o encontro será usado para que a direção estadual do PSDB "sinta" qual é a tendência do partido no estado para levá-la ao conhecimento do diretório nacional – que deve fechar o nome do paranaense que irá disputar o Palácio Iguaçu em função da estratégia para eleger o governador paulista José Serra à Presidência.

O principal motivo para a "pres­­­­sa" dos tucanos do Paraná é a possibilidade de, ao antecipar o nome do candidato, começar a trabalhar para fechar alianças políticas.

Lei do silêncio

Apesar do clima de disputa interna, a orientação tanto da executiva estadual quanto da nacional é de máxima cautela. Nos bastidores do ninho tucano, fala-se na decretação da lei do silêncio sobre o assunto, imposta pelo presidente nacional da legenda, senador Sérgio Guerra (PE). O temor é que a disputa entre Richa e Alvaro provoque um racha no partido no Paraná, tendo como consequência o enfraquecimento do palanque no estado para Serra.

O cuidado pode ser sentido nas palavras de Guerra quando questionado sobre a disputa no Paraná. "O momento é de conversar, mas não de falar", disse o presidente nacional do PSDB, por meio de sua assessoria de imprensa. Já o governador paulista, que esteve na sexta-feira em Curitiba para acompanhar o velório de Zilda Arns, não quis comentar a disputa interna no Paraná.

Cedo para definir

"A intenção nossa é extrair dessa reunião a vontade da direção do PSDB: se é a de indicar um nome ou se devemos protelar essa discussão. Enfim, queremos saber o que fazer", explica o deputado estadual Valdir Rossoni, presidente do PSDB no Paraná. "Mas não acredito que já saia um nome."

A opinião de Rossoni é compartilhada tanto por Alvaro quanto por Richa. "Acho que não haverá uma definição; talvez uma indicação da vontade do PSDB. Mas ainda é cedo para definições", diz o prefeito de Curitiba.

Richa afirma que, inicialmente, achava precipitada a reunião. Mas reconsiderou a posição. "Muitos partidos, lideranças e até aliados estão inseguros em relação à posição do PSDB. Está na hora de avançar um pouco mais nessa discussão", afirmou. "E o que a executiva estadual decidir será respeitada pelo diretório nacional", completa ele – que é tido como o preferido da cúpula do partido no estado.

Alvaro também não acredita que o candidato tucano seja definido amanhã. "A minha expectativa é que na reunião se inicie um entendimento que hoje ainda não há. Mas é preciso preservar a unidade do partido", afirma ele, que garante que irá subir no palanque de Richa caso o prefeito seja o escolhido.

Mas o senador não perde a oportunidade de mostrar que, no seu entendimento, é o nome que mais traria benefícios ao PSDB no Paraná e no país.

"A confirmação do nome do Beto como candidato do partido significa entregar a prefeitura de Curitiba para o PSB (partido aliado do governo Lula) já em abril (pois o vice-prefeito, Luciano Ducci é do PSB)", afirma Alvaro. "Também significa partir para um enfrentamento bastante equilibrado com o Osmar (Dias, pré-candidato do PDT) – o que vai dividir os nossos votos. Além disso, vai permitir que seja formado um palanque forte para a candidatura da Dilma Rousseff (candidata do PT à Presidência), já que o PT e o PDT inevitavelmente formariam uma aliança." E a quarta consequência, segundo o senador, é que o partido elegeria menos deputados estaduais. "Vamos dividir o mesmo bolo de eleitores."

Também são quatro as conseqüências elencadas por Alvaro caso seja ele o escolhido pelo partido para disputar o governo do estado. "A primeira é que o partido continuaria administrando a prefeitura de Curitiba e haveria uma atração inevitável do Osmar Dias para o palanque do PSDB. Além disso, com o Osmar sendo candidato ao Senado com o apoio do nosso partido, o palanque da Dilma fica esvaziado. E a última consequência é a eleição de mais deputados, já que a nossa chapa atrairia as principais e mais fortes lideranças do partido."

Já Richa cita o sucesso que vem tendo na gestão de Curi­­­tiba como seu principal trunfo na disputa interna. "Não há dúvida que a minha administração na prefeitura de Curitiba, mostrando as boas práticas de uma gestão pública, é um grande diferencial. Foi isso que nos deu um porcentual alto nas pesquisas de intenção de voto", afirma o prefeito.

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