O Diretório Estadual do PT aprovou ontem, durante reunião em Curitiba, um documento reprovando a postura dos quatro deputados do partido Ângelo Vanhoni, Natálio Stica, Pedro Ivo Ilkiv e Hermes Fonseca que se ausentaram durante a votação do projeto antinepotismo do deputado Tadeu Veneri (PT), na última terça-feira. A "censura pública" contra o posicionamento foi aprovada por consenso e discutida inclusive com os próprios parlamentares que estavam presentes.
Segundo o presidente do PT do Paraná, deputado André Vargas, o partido não está dando muita ênfase ao assunto, mas decidiu chamar a atenção dos deputados porque não agiram adequadamente. "A suspensão seria uma punição excessiva porque existe outro projeto antinepotismo tramitando na Assembléia e a orientação é para que a bancada vote unida", explicou.
Vargas garantiu que a postura divergente da bancada petista na Assembléia não sinaliza um "racha" dentro do partido e os quatro que não participaram da votação podem mudar de idéia. "Existem duas novas propostas contra o nepotismo tramitando na Assembléia. Nós vamos estudá-las, vamos trabalhar com afinco, na certeza de que os nove deputados do PT votarão contra esta prática que precisa ser banida do Paraná e no Brasil", declarou.
Durante o encontro, André Vargas também confirmou sua intenção de ser candidato a deputado federal, a pedido do presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP). A candidatura é uma tentativa de fortalecer o trabalho de sustentação do governo Lula e preencher a lacuna criada com a ida do deputado Paulo Bernardo para o Ministério do Planejamento.
O PT já começou a traçar estratégias para a disputa majoritária no Paraná. Ficou decidido na reunião que a coordenação das campanhas do senador Flávio Arns ao governo do estado e da ex-diretora financeira da Itaipu Binacional, Gleisi Hoffman, ficará a cargo do Ministro Paulo Bernardo, do prefeito de Londrina, Nedson Micheleti, do diretor da Itaipu, Jorge Samek e do prefeito de Sarandi, Cido Spada.
Arns espera a participação de todos os segmentos da sociedade. "O PT entra neste desafio com a expectativa de somar. Temos recebido um apoio fundamental nos municípios por onde passamos e vamos trabalhar para formar uma grande aliança a favor do Paraná. Todos são importantes e necessários neste processo", afirmou.
O discurso de campanha do PT não deve ser de confronto direto com o governador Roberto Requião (PMDB). Segundo o deputado André Vargas, o partido não pretende fazer oposição sistemática, postura que tem o respaldo do ministro Paulo Bernardo. "Não vamos fazer uma campanha de oposição ao governador. Queremos, sim, defender programas, combater as dificuldades que o Paraná enfrenta, apontando soluções", disse o deputado.
Em relação a um eventual apoio ao governador Requião no segundo turno, o ministro do Planejamento foi enfático: "Não descartamos uma aliança. Mas hoje é um assunto completamente fora de questão porque temos plena convicção de que estaremos no segundo turno".
O deputado federal dr. Rosinha, que também participou da reunião do diretório, também fez um discurso conciliador. "A conjuntura nos aproxima e o método de lidar com os movimentos sociais é esse. Não somos contra ninguém, somos a favor do povo."
Definida a coordenação de campanha, o partido começa a escolher nas próximas semanas a chapa de candidatos à Assembléia Legislativa e à Câmara Federal. Com a verticalização, o PT trabalha para fortalecer as alianças que vem sendo discutidas no plano nacional.



