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Sessão da CPI do Caso Derosso: vereadores devem decidir na segunda-feira a data dos depoimentos dos representantes da Visão | Antônio Costa/Gazeta do Povo
Sessão da CPI do Caso Derosso: vereadores devem decidir na segunda-feira a data dos depoimentos dos representantes da Visão| Foto: Antônio Costa/Gazeta do Povo

Polêmica

Vereadores criam mais duas CPIs

A Câmara de Curitiba aprovou duas novas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) nesta semana. Os vereadores Serginho do Posto e Emerson Prado, ambos do PSDB, apresentaram pedidos de investigação sobre irregularidades nos serviços das empresas concessionárias de rodovias que passam pelo município e sobre problemas envolvendo linhas de trem que cortam a cidade, respectivamente. Os dois pedidos foram assinados por mais do que 13 vereadores (mínimo necessário para a instalação de uma CPI) e protocolados na Mesa Executiva da Casa. Com isso, a Câmara ficará com três CPIs simultâneas – máximo permitido pelo regimento do Legislativo municipal.

Segundo Serginho, existem várias irregularidades nas rodovias pedagiadas que passam pela cidade. Para ele, certos serviços que deveriam ser executados pelas concessionárias não são feitos, como, por exemplo, a construção de passarelas em determinados pontos. Já Prado, que já é presidente da CPI do Derosso, ressalta que as diversas linhas férreas de Curitiba trazem problemas para a população.

Para a oposição, entretanto, esses dois pedidos são uma manobra para evitar a criação de outras duas CPIs. Líder do bloco da oposição, Algaci Túlio (PMDB) mencionou no início da semana que iria apresentar uma proposta de comissão para "passar a limpo" as nomeações para cargos comissionados, já que existem suspeitas de nepotismo e de existência de "fantasmas" na Casa. Outra, também sugerida por Algaci, visava investigar os contratos do município com o Instituto Curitiba de Informática (ICI).

Serginho do Posto e Emerson Prado negam que tenham manobrado para impedir as CPIs de Algaci. (CM)

Os representantes da empresa Visão Publicidade, Adalberto Gelbecke Jr. e Luiz Eduardo Gluck Turkiewicz, não compareceram para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades nos contratos de publicidade da Câmara de Curitiba. Os dois foram convocados pelos vereadores para prestar esclarecimentos sobre o contrato da empresa com a Casa. A agência prestou serviços à Câmara entre 2002 e 2011.

Turkiewicz apresentou um atestado médico dizendo que faria uma cirurgia em um hospital de Curitiba no mesmo dia. Segundo o atestado, ele teria de ficar de resguardo por até 60 dias – ou seja, poderia ficar sem depor até o término da CPI. Uma comissão de vereadores foi ao hospital e constatou que ele realmente está internado. Os parlamentares devem conversar com o médico sobre a possibilidade de Turkiewicz depor antes do final desse prazo.

Já Gelbecke não foi encontrado para ser intimado e não apresentou justificativa para faltar ao depoimento. Segundo o regulamento da CPI, caso uma testemunha não compareça em duas ocasiões, ela pode ser intimada a depor pela Justiça.

Os integrantes da CPI devem convocá-los novamente e vão se reunir na próxima segunda-feira para definir a data do depoimento. Inicialmente, os vereadores queriam convocá-los para a próxima quarta-feira. Entretanto, nesse mesmo dia a jornalista Cláudia Queiroz Guedes, proprietária da empresa Oficina da Notícia e mulher do presidente da Câmara, João Cláudio Derosso (PSDB), prestará esclarecimentos à comissão.

Câmara em Ação

A empresa Visão Publicidade foi contratada duas vezes para prestar serviços de comunicação para a Câmara de Curitiba: na primeira, em 2002, a empresa administrou pelo menos R$ 20 milhões da Casa ao longo de quatro anos, de acordo com dados do Tribunal de Contas do Estado (TC) – os dados são parciais, já que os dados anteriores a 2003 não estão disponíveis. Na segunda, em 2006, a Visão recebeu mais R$ 26,8 milhões.

Entre os mais de R$ 46 mi­­­lhões recebidos pela empresa, R$ 18,3 milhões foram gastos com a revista Câmara em Ação. Se­­gundo os dados do TC, a revista teve 68 edições e chegou a ter uma tiragem declarada de 247 mil exemplares. Entretanto, nem mesmo os vereadores recebiam a publicação em seus gabinetes. Além disso, não foi encontrado nenhum exemplar na Biblioteca Pública do Paraná e nem na biblioteca da Câmara. Existe a suspeita de que a tiragem teria sido superfaturada.

Uma representação pedindo investigações sobre a revista, feita pela vereadora Professora Josete (PT), tramita no Conselho de Ética da Câmara. Na segunda-feira, o vereador Dirceu Moreira (PSL), relator da representação, pediu o arquivamento do processo, alegando falta de provas de irregularidades. O conselho deve votar o relatório hoje.

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