"Por que só nós temos que vir e os outros nem aparecem e não têm desconto nos salários?"
Dobrandino da Silva, deputado estadual, criticando ontem a ausência dos deputados na sessão matinal.
Punição O baixo quórum na Assembléia é uma reclamação freqüente dos deputados mais assíduos. Dobrandino da Silva voltou a defender ontem um controle de presença rigoroso dos deputados e desconto nos salários dos faltosos. Como líder do governo no mandato passado, sua principal queixa era a dificuldade de levar os aliados para plenário nas votações. Dobrandino sugeriu que a imprensa faça a lista diária de presença.
Pauta O deputado Antônio Belinati (PP) foi outro que criticou ontem o plenário esvaziado. Dos 54 deputados, 29 participaram das votações, mas no decorrer da sessão, o número de presentes oscilou entre 15 e 20. Duas sessões foram realizadas e 15 projetos foram aprovados, a maioria, declarações de utilidade pública.
Derrubada A sessão só caiu por falta de quórum na hora da votação do projeto dos deputados Luiz Carlos Martins (PDT) e Reni Pereira (PSB) que muda os critérios para distribuição do ICMS aos municípios. Através de uma manobra da liderança do governo, os deputados deixaram o plenário para que a mensagem não fosse votada. Segundo o líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), o tema tem de ser melhor debatido porque é uma matéria tributária, de competência do Executivo.
Escalado O deputado estadual Fábio Camargo (PTB) deve ser o presidente da Comissão Especial de Investigação (CEI) do Pedágio, que será instalada na próxima semana. Já o presidente da CEI da Propaganda deve ser do PT. O PMDB vai participar das investigações sobre gastos com publicidade do próprio governo indicando o líder da bancada, Luiz Cláudio Romanelli, e Dobrandino da Silva. "É uma questão que ficou muito politizada e quero discutir melhor isso", disse Romanelli.
Tumultuado Mesmo com a prestação de contas do estado marcada para as 9 horas de segunda-feira, a oposição vai manter o dia e horário para a mobilização para a liberação dos recursos do Fundo de Desenvolvimento Urbano (FDU) para a prefeitura de Curitiba. Será às 10 horas no plenarinho da Assembléia, enquanto a prestação será feita no plenário.
Presença De acordo com o líder da oposição, Valdir Rossoni (PSDB), os senadores e deputados federais já tinham sido convidados e modificar a data prejudicaria a presença deles. A oposição deve se dividir entre os dois eventos. Rossoni vai acompanhar a primeira hora da audiência pública e em seguida irá para a mobilização.
Mais tempo O deputado estadual Jocelito Canto (PTB) ganhou mais um tempo para respirar no processo que pode resultar na cassação de seu mandato. A previsão era de que o desfecho do empate no julgamento de uma ação no Superior Tribunal de Justiça ocorresse ontem, mas a decisão não deve sair antes de agosto. Só após o recesso judiciário é que deve voltar à discussão o repasse de R$ 100 mil para a Santa Casa de Misericórdia, em Ponta Grossa, que teria sido usado como promoção pessoal na época em que Jocelito era prefeito da cidade.
Semelhança Ao manter parentes na prefeitura e nomear o ex-secretário municipal de Governo, Maurício De Ferrante, para o cargo de secretário especial de Projetos, o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), tem agido de forma muito semelhante a seu principal adversário político, o governador Roberto Requião (PMDB), que tem os irmãos empregados no estado e antigos aliados políticos como secretários especiais.
Acordo Os nove vereadores do PSDB assinaram na quarta-feira um documento que reafirma a decisão tomada dia 4 de junho de não aceitar mais nenhum vereador na legenda para a disputa de 2008. O documento será enviado aos diretórios municipal e estadual do partido e ao prefeito Beto Richa.
Pinga-fogo
O deputado federal Alex Canziani (PTB) protocolou ontem o projeto da escola-técnica para Paranaguá. Segundo ele, em setembro sai a decisão. Canziani aposta que a do litoral será a primeira das seis a serem construídas no Paraná. O deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB), que integra a Comissão de Agricultura, Pecuária e Política Rural da Câmara Federal, vai atuar como conciliador para que as negociações entre o governo federal e os fiscais agropecuários federais cheguem a um acordo. A greve da categoria foi suspensa ontem, após 11 dias de paralisação, causando a interrupção de parte das exportações brasileiras. Em 20 dias, uma proposta de reestruturação remuneratória da categoria deverá ser apresentada.



