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Dilema verde

PV enfrenta crise do crescimento

Nem todos os candidatos eleitos pelo partido colocam o meio ambiente como prioridade

Confira o crescimento do Partido Verde |
Confira o crescimento do Partido Verde (Foto: )

Um dos partidos que mais cresceram nesta eleição municipal foi o Partido Verde (PV). Em todo o Brasil, a legenda conseguiu aumentar em 62% o número de vereadores eleitos, comparando a eleição de 2004 com a de 2008, e em 34% o de prefeitos. No Paraná, o crescimento foi acima da média nacional. Até esta eleição, o partido não tinha eleito nenhum prefeito. Em 2008, elegeu quatro e aumentou em 75% a quantidade de vereadores (veja os números nesta página).

Mas, com o crescimento, também surgiram escândalos. Em Curitiba, o candidato do PV, Roberto Aciolli, o mais votado na Câmara Municipal, foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná por homicídio. O partido alega que não sabia do fato e que acredita na inocência do eleito. Aciolli diz que agiu em legítima defesa, no crime ocorrido em 1999 contra um engraxate, e que o disparo foi acidental.

Outro ponto que pode estar em xeque é a ideologia do PV. A preocupação com o meio ambiente é citada pelos eleitos, mas nem sempre aparece entre as prioridades. O presidente da juventude estadual do partido, Raphael Rolim de Moura, até pede cautela quando um eleito fala do meio ambiente. "Sim, pode acontecer de ele não ter conceitos claros do meio ambiente. Ele não vai ser um desmatador, mas precisa de subsídios do partido", afirma. Segundo Moura, será feita ainda este ano uma reunião com os eleitos para discutir políticas públicas.

O vereador eleito em Curitiba Professor Galdino (PV) acredita que metade dos filiados se preocupa com meio ambiente. Ele diz ser um deles e propõe ações de conscientização. "O PCdoB deveria ser de lutador e composto por trabalhador, foice e martelo", afirma Galdino. "Se você é do PV, tem que defender a bandeira." As principais bandeiras políticas dele, no entanto, são saúde e educação.

Propostas

O prefeito eleito de Marilândia do Sul, no Norte do estado, Pedro Sérgio Mileski, procurou o PV por vê-lo como um partido diferente, que vinha ao encontro da renovação que ele estava propondo à cidade, e por simpatizar com a causa. Ele é proprietário de uma funerária e agricultor e se candidatou pela primeira vez à prefeitura. "Se tivesse me envolvido com político antigo, tinha perdido a eleição", afirma.

Os principais compromissos dele foram projetos para o desenvolvimento da cidade. Sobre a área ambiental, explica que tem propostas, mas que vai estudá-las de maneira mais aprofundada. Pretende fazer curvas de nível para evitar que a água da chuva vá para a estrada e inunde terrenos.

O prefeito eleito de Ribeirão Claro, na divisa com São Paulo, Geraldo Maurício de Araújo (PV), também diz que está estudando propostas para o meio ambiente. "Aceitei ser candidato na última hora, já entramos na campanha e não tivemos muito tempo para pensar." Os focos são turismo, agricultura e pecuária leiteira. No meio ambiente, pretende incentivar o reflorestamento, a exploração de pupunha (espécie de palmito), proibir a pesca predatória e usar paralelepípedo como calçamento ecológico.

O doutor em Engenharia Ambiental e professor da UFPR, Eduardo Gobbi, considera viáveis as propostas citadas. "Acredito mais nas propostas sem grandes malabarismos". Ele defende que a questão ambiental seja analisada dentro de um contexto econômico e social e vê nisso um amadurecimento do PV, que "antes tinha propostas radicais".

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