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Fraude

Queijo recolhido em MG tinha marcas diversas

Confira os nomes usados nas embalagens das 16 toneladas de mussarela apreendidas em depósito clandestino de Uberaba, MG

Dezesseis toneladas de queijo tipo mussarela apreendidas, nessa segunda-feira, num depósito de Uberaba, no Triângulo Mineiro, foram transportadas para a delegacia da Polícia Federal (PF) da cidade. O queijo, encontrado em uma câmara fria improvisada, tinha nas embalagens marcas de seis laticínios de Goiás. São elas: Mil Quilates Laticínio MaroMilk - Jataí (GO); Lunati Laticínios Ltda - Palmeiras (GO); Queijo Mussarela Lev Laticínios Leve - Cezania (GO); Milklac Laticínio Paramilk (GO); Milknata Laticínio Mac Nat (GO); Lactorei Naturalac - Goiânia (GO). Algumas estavam vencidas e outras abertas.Todas as empresas serão alvo de investigação da PF e da Vigilância Sanitária.

No local, o queijo era reembalado, com data de validade impressa, com marca mineira e com selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF). O galpão não possui registro da Receita Federal e nem alvará da Vigilância Sanitária. A câmara fria foi lacrada e o local interditado. Segundo a Vigilância Sanitária, algumas amostras serão enviadas para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, onde serão analisadas.

A fraude foi descoberta uma semana depois de a Polícia Federal deflagrar a Operação Ouro Branco, que descobriu que duas cooperativas de Minas adulteravam leite, com mistura de soda cáustica e água oxigenada.

Em depoimento, uma das três pessoas que estavam no local onde foi apreendido o queijo confirmou que os caminhões saíam do galpão à noite, levando o queijo para fábricas clandestinas. O interrogatório dos suspeitos terminou no início da madrugada.

O advogado do dono do produto, Antônio Alberto da Silva, também compareceu à sede da PF. Ele não soube explicar aos policiais por que as embalagens vazias do laticínio do cliente estavam no local.

A PF informou que vai encaminhar uma cópia do processo para a Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público Estadual (MPE). O dono do depósito pode responder por uso indevido de símbolo da administração pública. A pena prevista para esse crime é de dois a seis anos de prisão.

Ministro defende qualidade do leite brasileiro

Em Brasília, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, anunciou medidas para aperfeiçoar a fiscalização sobre a produção de leite no Brasil. A principal das medidas, segundo ele, é o fim da presença de um só fiscal por empresa produtora de leite. A partir de agora, a fiscalização será feita por auditorias compostas por, no mínimo, três servidores, sendo dois médicos veterinários e um agente de inspeção sanitária, que poderão ficar o tempo que for necessário para averiguar toda a produção de laticínio.

A ação começa a ser implementada, nesta terça-feira, em Minas e, gradativamente, em todo o país a partir da semana que vem. O foco será nos grandes produtores, que incluem ainda Goiás, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Durante a coletiva, o ministro Stephanes, defendeu a qualidade do leite brasileiro, apesar da revelação de um esquema de adulteração do produto pela Operação Ouro Branco da Polícia Federal.

- Eu recomendo sem dúvida alguma que se beba leite no Brasil. O fato de duas dúzias de pessoas desonestas e vigaristas terem adulterado um produto criou a dúvida em relação à qualidade do produto brasileiro, mas ele continua sendo de ótima qualidade -afirmou o ministro.

Mas um relatório sigiloso do Ministério Público Federal (MPF), cujo conteúdo foi divulgado nesta segunda-feira, confirma a contaminação do leite adulterado em cooperativas de leite do sul de Minas Gerais com peróxido de hidrogênio, que é conhecido como água oxigenada, e diz que o produto poderia causar danos à saúde.

Nesta terça-feira, o presidente da Parmalat do Brasil, Marcus Elias, pediu uma nova análise dos três lotes de leite recolhidos em Brasília , alegando que o alimento foi produzido em Carazinho (RS), não tem qualquer relação com Minas Gerais e é próprio para o consumo. Ele foi recebido, na manhã desta terça-feira, em Brasília, pelo ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia.

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