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Multimídia | Reprodução/Globo
Multimídia| Foto: Reprodução/Globo

Imagens das telas de radar do Cindacta-1, em Brasília, e também de Manaus (AM), no dia do acidente que matou 154 pessoas em setembro do ano passado, mostram que o jato Legacy, que bateu em pleno ar com o avião da Gol, é identificado e, ao se aproximar de Brasília seu transponder (equipamento anticolisão) funcionava perfeitamente. As imagens foram obtidas, com exclusividade, pela reportagem do "Jornal Nacional", da TV Globo.

Segundo a Aeronáutica, às 15h55 do dia 29 de setembro, uma hora antes do acidente, o radar mandou o primeiro aviso de que o jato deveria descer de 37 mil para 36 mil pés. Minutos depois, houve um segundo alerta: uma interrogação na tela, que indica que o computador estaria perguntando se o avião ainda deveria estar na altitude de 37 mil pés.

Após seis minutos, há uma nova confirmação de que algo estaria errado. Isso porque o sinal do transponder desaparece do radar. Às 16h54, o radar registra o momento no qual o Boeing da Gol é atingido. Um traço verde indica a colisão e, no momento, não há mais sinal do Legacy no radar - que só reaparece minutos depois com o transponder já em funcionamento.

Responsabilidade dividida

Segundo a Aeronáutica, quando o comando do vôo foi transferido para a torre de Manaus, o controlador de Brasília informou que o Legacy estaria a 36 mil pés, informação desmentida pelo radar.

Para a Polícia Federal, que já concluiu a investigação, a responsabilidade pelo acidente deve ser dividida entre os controladores de Brasília e os pilotos americanos do jato Legacy.

ara o chefe do Cindacta-1, de Brasília, as telas comprovam que não houve falha nos equipamentos do sistema de tráfego aéreo brasileiro. "Não houve falha nem de comunicação, nem de visualização. No mesmo dia, tinha aeronaves voando próximas ao local do acidente que estavam sendo detectadas pelo radar secundário, e que estavam em comunicação direta com o nosso centro de controle", afirmou o coronel Eduardo Raulino Santos.

Defesa

Os advogados dos pilotos do Legacy, Theo Dias e José Carlos Dias, produziram um relatório apontando que a principal causa do choque entre o Boeing da Gol e o jato Legacy foi a falha do sistema de controle de tráfego aéreo.

No documento de 134 páginas, os advogados dizem que o centro de controle aéreo de Brasília "alterou erroneamente" o nível de vôo em sua faixa de dados de 37 mil pés para 36 mil pés, sem que houvesse autorizado os pilotos a mudar para essa altitude.

O jato pertencia à empresa de táxi aéreo americano ExcelAire e foi fabricado pela empresa brasileira Embraer. Em abril, o então presidente da Embraer, Maurício Botelho, disse que "o transponder estava funcionando normalmente, antes e depois (do acidente)". "Agora, o que aconteceu lá em cima, eu não sei", afirmou.

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