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Entrevista

“Rede” de apoio aumenta a competitividade, diz professor

Fabrício Tomio, cientista político.

Para o cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná Fabrício Tomio, a formação de uma “rede” de apoiadores aumenta a competitividade dos candidatos e ajuda nas eleições | Divulgação/UFPR
Para o cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná Fabrício Tomio, a formação de uma “rede” de apoiadores aumenta a competitividade dos candidatos e ajuda nas eleições (Foto: Divulgação/UFPR)

O senhor considera que a chefia de secretarias ajuda na hora de compor as chapas para as eleições?

A ocupação de cargos diretivos no governo é um recurso que aumenta a competitividade dos futuros candidatos. Esses cargos permitem formar uma rede de apoiadores políticos, via nomeação de cargos comissionados ou resposta às demandas (obras, investimentos, etc.) de políticos locais e setores da sociedade. Não há uma relação mecânica entre esse trabalho e votos. Mas, certamente, permite que esses futuros candidatos não comecem do zero na sua busca de votos. Logo, ajuda na eleição.

Alguns secretários tidos como de perfil técnico (caso de Evandro Roman, na Secretaria de Esportes) devem disputar uma vaga na Assembleia Legislativa. Essa migração do perfil técnico para a política é comum na realidade brasileira?

Não creio que haja uma migração entre perfil técnico e político. Todos, ou quase todos os políticos eleitos têm uma formação e um histórico de atuação técnica anterior. O discurso de ser técnico ou político, nesses casos, é só um jogo para justificar as decisões no governo, se aproximar de um setor da sociedade e do eleitorado ou reduzir a pressão ideológica de setores que valorizem o técnico sobre o político.

Identificamos pelo menos sete secretários que seriam da "cota pessoal" de Richa. Esse tipo de indicação é mais comum nos estados e prefeituras do que na União? O governo federal exige uma construção de alianças mais complicada para o presidente do que para governadores e prefeitos?

Não tenho informações se é mais comum a nomeação de "cota pessoal" entre governadores e prefeitos do que entre presidentes. Provavelmente, sim. Pelo menos nos estados e municípios em que as coalizões partidárias que formam o governo são mais fracas e têm menor capacidade de influenciar na composição dos quadro diretivos do governo. Além disso, como o governo federal possui uma agenda legislativa mais complexa do que os governos locais e como o Congresso Federal possui mais atribuições do que as assembleias/câmaras municipais, o apoio político-partidário é muito mais sensível para a presidência.

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