Dos 34 deputados estaduais reeleitos, 31 disseram que votariam a favor de um projeto que desse mais transparência à Assembléia Legislativa. Os deputados, no entanto, já tiveram oportunidades anteriores de impor mudanças. A TV Assembléia não foi implantada, os gastos mensais de gabinete de cada parlamentar não são divulgados no site da Assembléia e alguns deputados defendem até a necessidade de um controle maior de presença nas sessões.
Na legislatura anterior, uma medida a se destacar, porém, foi o fim do voto secreto, em novembro do ano passado. Com a emenda constitucional de autoria deputado do Nélson Justus (PFL), atual presidente da Assembléia, os parlamentares passaram a se posicionar publicamente em todos os projetos.
Os deputados fazem questão de destacar outras medidas da última legislatura. Valdir Rossoni (PSDB) e Geraldo Cartário (PMDB) lembram que a frota dos automóveis da Assembléia, em torno de 120 carros, foi toda vendida. Mas, nesse caso, o conceito de transparência dos parlamentares precisaria ser revisto, segundo o professor de Ciência Política da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Renato Perissinotto. "Não sei se esta é uma medida de transparência. Podem ter vendido os automóveis e ter usado o dinheiro de forma indevida. Diminuíram os recursos e benefícios do poder público. Isso não é ser transparente", opina. Com a venda, os deputados passaram a ter um aumento na verba de ressarcimento, hoje de R$ 27 mil por mês, para poder alugar veículos.
De acordo com a pesquisa feita pela Gazeta do Povo, a expectativa de uma maior transparência para o próximo mandato não é animadora. Apenas 11 deputados disseram ter propostas nesse sentido. Os projetos se baseiam em melhorar o site da Assembléia para publicação de contas e documentos da Casa, na criação de um informativo a ser distribuído à população, em uma maior abertura na discussão de todos os projetos em andamento e de forma antecipada, no aprimoramento do regimento interno e de uma maior informatização. (BMW)



