Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Momentos de terror

Refém de assaltante diz que seqüestro foi horrível

Mara Sílvia de Souza, de 29 anos, que ficou refém de um assaltante por quase 56 horas em Campinas, a 92 quilômetros de São Paulo, diz que foi horrível o tempo em que passou trancada com o bandido em sua residência. Mara e os dois filhos foram libertados na noite de quinta-feira . Com medo da polícia, o assaltante Gleison Flávio de Salles, de 23 anos, correu para baixo da cama quando já havia decidido soltar os dois últimos reféns, às 19h47m. O seqüestrador foi tirado do local algemado, de shorts, descalço e sem camisa. Ele foi levado para a Divisão de Investigação Geral (DIG), de Campinas. Condenado a mais de 30 anos de prisão por um homicídio e três tentativa de homicídio, o bandido era foragido da Justiça desde 2005.

- Foi horrível, foi horrível. Eu só quero ver os meus filhos - disse Mara, funcionária de um supermercado, ao fim do seqüestro.

Foi o mais longo período de um cerco policial já registrado no estado de São Paulo a um bandido que mantinha vítimas sob a mira de revólver. O seqüestro começou às 12h30m de terça-feira, quando o bandido fugia após um assalto. Na ocasião, uma terceira criança, de 4 anos, também ficou refém, mas foi solta pouco depois. O desfecho do caso só começou a se desenhar depois que a polícia encontrou a comerciante Gislaine Cristina Domingos, de 27 anos, prima da namorada do assaltante e amiga dele há mais de um ano. Gislaine se prontificou a sair algemada da casa com ele.

- Eu dei segurança a ele, falei que ninguém iria matá-lo. Ele estava assustado, não sentia confiança no negociador da polícia - contou Gislaine.

A comerciante passou a ajudar a polícia às 13h.

- O Gleison e os reféns estavam se alimentando com bolachas e pirulitos. A convivência entre eles era boa. Mas, o Gleison estava nervoso porque faltava cigarro e água - contou.

Na saída da casa, Mara, bastante emocionada, acenou para a multidão que se aglomerava na Rua Cnêo Pompeo de Camargo, no Jardim Novo Campos Elíseos. Ela foi colocada junto com o marido e seus três filhos em uma ambulância do SAMU e seguiu para ser medicada em um hospital de Campinas. Por causa das muitas horas que passaram com o seqüestrador, as vítimas já apresentavam sinais da síndrome de Estocolmo, segundo o coronel da Polícia Militar, Eliziário Ferreira Barbosa.

Um dos motivos que fez a negociação se arrastar foi a falta de pedidos do seqüestrador. O único pedido fixo de Gleison era o de ter um carro para conseguir fugir. Durante as negociações, o seqüestrador chegou a abrir e fechar por várias vezes o botijão de gás da residência. Todas as portas e janelas da casa foram trancadas. O criminoso armou barricadas em várias partes da casa para evitar a invasão da polícia. Com isso conseguiu dormir em alguns momentos.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.