Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Denúncia

Relação de Vargas e doleiro teria “possível caráter criminoso”

Conclusão é da Polícia Federal com base em mensagens trocadas entre os dois. Parte da investigação deve ser enviada ao Supremo

Alberto Youssef está preso em Curitiba ; André Vargas responde a processo na Câmara | Jose Cruz/Agência Brasil ; Antônio More/ Gazeta do Povo
Alberto Youssef está preso em Curitiba ; André Vargas responde a processo na Câmara (Foto: Jose Cruz/Agência Brasil ; Antônio More/ Gazeta do Povo)

Em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Justiça Federal no Paraná afirmou que a Polícia Federal concluiu que o conteúdo das mensagens trocadas entre o deputado federal licenciado André Vargas (sem partido-PR) e o doleiro Alberto Youssef "tem possível caráter criminoso". Segundo o documento assinado pelo juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal, parte da investigação da Operação Lava Jato que contém diálogos e mensagens entre o congressista e o doleiro deve ser enviada na próxima semana ao Supremo, já que o deputado tem prerrogativa de foro.

Após vir à tona seu envolvimento com o doleiro, o deputado deixou a vice-presidência da Câmara Federal, se licenciou do cargo e se desfilou do PT. Ele responde a um processo de quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara acusado de ter mentido sobre sua relação com Youssef.

De acordo com o despacho, a remessa da parte do processo envolvendo Vargas será feita nos próximos dias porque apenas recentemente cogitou-se que a relação entre eles poderia ser criminosa. "Somente mais recentemente, após buscas e apreensões, a Polícia Federal concluiu que referida pessoa [na troca de mensagens] seria André Vargas, deputado federal, e depreendeu do conteúdo das mensagens possível caráter criminoso".

"Ressalvo que, em relação a André Vargas, consta possível recebimento de vantagem de Youssef, consistente no pagamento de viagem de avião e ainda possível tráfico de influência para obtenção pela empresa Labogen para Desenvolvimento Produtivo junto ao Ministério da Saúde", disse o juiz.

Vargas viajou de Londrina para João Pessoa (PB) num jatinho pago pelo doleiro. A viagem custou R$ 110 mil. As mensagens entre os dois sugerem que um financiamento de R$ 31 milhões do Ministério da Saúde, para a produção de um medicamento, foi obtido por meio de "contatos políticos".

O doleiro foi preso em março sob acusação de remessa ilegal de dólares para o exterior, lavagem de dinheiro, corrupção de funcionários públicos e financiamento ao tráfico de drogas.

Sérgio Moro se manifestou ao Supremo depois que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, também preso na Operação Lava Jato, entrou com uma reclamação questionando por que o caso não era tratado pela Suprema Corte, já que havia suspeita de envolvimento de Vargas.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.