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O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse nesta sexta-feira que o empresário Marcos Valério está obstruindo as investigações e, portanto, sua prisão preventiva deve ser decretada. Segundo Serraglio, Marcos Valério é responsável por uma "trama de obstrução" que acabou levando o inquérito que investiga o mensalão para o Supremo Tribunal Federal (STF). Na opinião do relator, Valério incluiu os nomes de dois deputados no inquérito para forçar a transferência da investigação para o STF, por isso a CPI vai apresentar nesta sexta ao procurador-geral o pedido de prisão do empresário.

- O fato de Marcos Valéro estar circulando permite que ele faça o que fez. Um forma de obstruir a investigação foi trazer para o Supremo Tribunal Federal. Não que o STF vá obstruir, mas o rito do Supremo é diferente. O Marcos Valério veio a Brasília, foi à Procuradoria-Geral da República para prestar novo documento, mas não falou nada de novo e colocou num documento dentro da Justiça o nome de dois parlamentares. Ele pegou o depoimento, voltou para Belo Horizonte, foi ao fórum com uma petição em juízo dizendo que, tendo em vista que dois parlamentares estão envolvidos, o juiz de Belo Horizonte não tinha mais competência para examinar. Foi assim que o processo veio para Brasília. Isto é trama de obstrução. Isso é uma das coisas que o procurador vai analisar - disse Serraglio.

Conversas e provasAinda segundo o relator, a degravação da interceptação de uma conversa entre o contador das empresas de Marcos Valério e o irmão dele é uma peça importante na investigação. Serraglio disse ainda que o procurador-geral da República, Antonio Fernando, não achou inconsistentes as provas da CPI contra Valério. Segundo o relator, o procurador apenas disse que o Supremo é muito rígido para conceder mandados de prisão, daí a necessidade de reunir o máximo de provas possível.

- Ele não avaliou se as nossas provas são ou não suficientes. O que ele disse, e é normal, é que quem decreta prisão preventiva é juiz. Ele nos disse que o Supremo é muito rígido no exame para conceder prisão. Por isso é interessante que a gente reúna o máximo de provas para que o pedido não seja abaldado. Nós dissemos as provas que tínhamos - afirmou.

IndícioIndagado se o fato de o Supremo já ter negado um pedido de prisão preventiva de Valério feito pela Polícia Federal não seria um indício de que também não atenderá a outro pedido semelhante, Serraglio disse que são pedidos diferentes.

- São coisas diferentes. Não sei qual foi a fundamentação da Polícia Federal para esse pedido. A nossa é outro pedido. Existem várias coisas que o STF vai levar em consideração. Primeiro, qual a linha que o MP vai usar. Segundo, a documentação e as provas que estamos encaminhando e a visão do STF. Cada um tem uma forma de refletir se é ou não interessante - afirmou.

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