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O relator do processo contra o deputado Vadão Gomes (PP-SP) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), pediu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios que repasse as informações sobre o sigilo telefônico do deputado paulista. Torgan quer investigar se Vadão entrou em contato com o empresário Marcos Valério ou com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares no dia 16 de agosto de 2004.

Valério e Delúbio são acusados de operar o suposto esquema de "mensalão". Em depoimento no conselho, Marcos Valério afirmou que Vadão Gomes foi beneficiado em R$ 3,7 milhões, pagos em duas parcelas, sendo uma delas repassada em um saguão de hotel em São Paulo, no dia 16 de agosto de 2004. Vadão nega e diz que nessa data estava na cidade de Mineiros (GO).

- O que existe são os depoimentos do Delúbio e do Marcos Valério - um afirma que autorizou, outro que entregou - e a negativa do deputado, que diz não ter recebido o dinheiro. Vamos ter que analisar se houve o recebimento, se houve intermediação, o que aconteceu - declarou Torgan.

Nesta manhã, o conselho ouviu duas testemunhas de defesa de Vadão Gomes: o deputado Mussa Demes (PFL-PI) e o empresário de eventos Mário Salles.

- Vadão Gomes comprovou documentadamente que não estava em São Paulo nas datas em que Marcos Valério disse ter entregue o dinheiro para ele. Nas duas ocasiões, ele estava no eixo Brasília-Mineiros, onde tem um frigorífico - declarou Demes.

Segundo o deputado piauiense, se o processo contra Vadão tivesse sido analisado separadamente pela comissão de sindicância da Corregedoria da Câmara, ele teria sido arquivado. Demes foi integrante da comissão de sindicância. O relatório da sindicância foi apresentado de forma global, incluindo todos os deputados beneficiados direta ou indiretamente por saques de recursos do PT nas contas do Marcos Valério.

Mussa Demes lembrou que apresentou voto em separado na comissão de sindicância. Para ele, Vadão foi o parlamentar que mais apresentou provas de sua inocência e teria demonstrado que estava em Goiás nas datas que supostamente teria recebido dinheiro de Marcos Valério.

Já Mário Salles se limitou a informar que no dia 16 de agosto de 2004 recebeu uma ligação de Vadão Gomes, que disse estar na cidade goiana de Mineiros e que precisava de ajuda para a contratação de um show.

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