O inquérito interno da Polícia Federal que apura a conduta do delegado Protógenes Queiroz durante a Operação Satiagraha foi concluído nesta semana pelo corregedor da PF, delegado Amaro Vieira. O documento indicia Protógenes por vários crimes. O corregedor admite ainda que o processo aberto contra o banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity, pode estar comprometido pelo modo como as provas foram obtidas durante a Operação Satiagraha.
Nas 88 páginas da investigação, quase metade é usada para mostrar detalhadamente como o delegado usou os arapongas da Abin. Segundo a apuração de Vieira, foram mobilizados agentes da Abin em 11 estados. Os arapongas tiveram ainda acesso ilimitado ao Guardião, sistema de grampos da PF.
Segundo o blog do jornalista Ricardo Noblat, do site do jornal O Globo, Vieira apurou que Protógenes valeu-se da colaboração ilegal de dezenas de agentes da Abin. Além disso, segundo Noblat, que teve acesso à íntegra do relatório, o ex-comandante da Satiagraha reportava-se diretamente ao delegado Paulo Lacerda, mesmo quando este trocou a Superintendência da Polícia Federal pela direção-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Na coordenação da Operação Satiagraha, que resultou na prisão de Daniel Dantas por duas vezes, Protógenes também teria escondido informações dos seus chefes.
Dentre outros comportamentos irregulares de Protógenes relatados por Noblat a partir do relatório da PF, está ainda o vazamento de informações sigilosas da Operação Satiagraha para jornalistas da TV Globo.



