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Diante da possibilidade de uma derrota expressiva que se anunciava no Conselho de Ética, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reviu a estratégia de levar logo o caso ao plenário - onde acredita que será absolvido pelo voto secreto. Na tentativa de conquistar mais votos, pediu o apoio do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na noite de quarta-feira.

A manobra de adiar a votação de quinta foi para ganhar tempo e tentar obter votos, principalmente os do PT. Lula se solidarizou com Renan, mas não garantiu os votos. Na conversa, insinuações de prejuízo para o Planalto. O que está em jogo são os votos de Augusto Botelho (PT-RR) e João Pedro (PT-AM), já que o de Eduardo Suplicy (PT-SP) é dado como perdido. O encontro com Lula aconteceu no Palácio do Planalto e foi intermediado pelo senador José Sarney (PMDB-AP), que participou da reunião, mas nesta quinta já tinha embarcado para o exterior.

O relatório dos senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-ES) pede a cassação do mandato do presidente do Senado, por quebra de decoro. O texto, de 73 páginas, diz que Renan quebrou o decoro parlamentar em várias situações, como na "relação conflituosa" com o lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Junior, que teria pago despesas pessoais do senador. O terceiro relator do caso, Almeida Lima (PMDB-SE), defende o arquivamento do processo. (Saiba quais são os oito pecados de Renan, segundo os relatores)

O relatório diz ainda que Renan mentiu não só ao Conselho de Ética como também à nação, já que fez um pronunciamento da tribuna do Senado no qual teria dado falsas explicações para justificar seus rendimentos.

"Deveria ter procurado outro meio que não ensejasse dúvdias sobre conflitos de interesse. Haveria, se fosse o caso, de procurar outro amigo que não tivesse a ocupação profissional de defender interesse de empresa com signficativos pagamentos feitos por meio do Orçamento da União na medida em que evitar-se-ia qualquer suspeita sobre a lisura do relacionamento. Houve quebra de decoro", diz o relatório.

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