
Disposto a se consolidar como candidato único à presidência do Senado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) reagiu indiretamente ontem à tentativa da ala independente do PMDB e da oposição de lançar a candidatura do senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC).
Em nota divulgada por sua assessoria, Renan afirmou que a indicação para o comando do Senado é feita pela maior bancada da Casa, neste caso o PMDB, e que o nome "a ser apoiado deverá ser aquele que for escolhido pela maioria dos 19 senadores do PMDB".
Renan resiste a se colocar ainda oficialmente como candidato à reeleição, mas trabalha nos bastidores para ser reconduzido ao cargo. Ele ficou irritado com o movimento do correligionário, segundo aliados. Um dos principais aliados do Planalto, Renan controla a maioria da bancada do Senado.
"O senador Renan Calheiros ponderou ao senador Luiz Henrique da Silveira que a indicação do nome para disputar a presidência do Senado Federal é feita pela maior bancada de modo a não violar a proporcionalidade e o regimento", afirmou o texto.
Candidato único
Mesmo sem divulgar sua candidatura, Renan tem trabalhado para tentar se consolidar como candidato único. De acordo com aliados, ele tem procurado colegas para pedir apoio e colocado em jogo a promessa de indicação para cargos relevantes em comissões e órgãos do Senado.
Pesa contra o peemedebista a suspeita de que ele pode ser investigado formalmente quando a Procuradoria-Geral da República apresentar as denúncias contra detentores de foro privilegiado nas apurações da Operação Lava Jato.
O peemedebista nega ter cometido quaisquer irregularidades, mas envolvidos nas investigações dão como certa sua citação no escândalo, o que o desgastaria, em caso de vitória na disputa.



