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Escândalos

Renan tenta se defender de nova denúncia e acusa editora

Presidente do Senado sobe à tribuna e diz que enviou ao Conselho de Ética um documento em que cervejaria desmentiria denúncias de revista

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), subiu à tribuna nesta quinta-feira para se defender e voltar a atacar a Editora Abril, que publica a revista "Veja", autora de três denúncias contra o senador.

Renan se defendeu das acusações de ter beneficiado a cervejaria Schincariol e de manter "laranjas" como donos de uma empresa de comunicação de sua propriedade. (Relembre as denúncias contra Renan). Ele anunciou que enviou ao Conselho de Ética um documento em que a Schincariol desmente as denúncias.

- A Schincariol desmonta a falsa imputação da revista de que eu teria atuado em favor da empresa - disse Renan, em referência a uma suposta ajuda em uma quitação de uma dívida junto ao INSS.

Renan atacou o que chamou de "campanha persecutória e sem provas" da revista "Veja" e voltou a fazer denúncias sobre a venda da TVA, empresa do Grupo Abril, para a empresa espanhola Telefônica.

- A empresa agrede os interesses brasileiros, estapeia o mercado e rasga definitivamente a Constituição brasileira. Trata-se de um método sub-reptício reprovável. A editora que vive a enxovalhar pessoas sem provas é a mesma que recorre a métodos pouco ortodoxos.

Renan disse que já havia mandado a denúncia sobre a venda da TVA a grupo estrangeiro ao Ministério Público e que, nesta quinta, encaminhou o caso a entidades nacionais e internacionais. O presidente do Senado afirmou que enviou ofício à PF e ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que "abortará essa sombria operação". A operação pretende, segundo Renan, passar ilegalmente à Telefônica da Espanha, 100% das ações da TVA, 86,7% da Comercial Cabo e 91,5% da TVA Sul.

Acusações de Renan são 'fruto do desespero', diz Abril, em nota

A Editora Abril divulgou nota na noite desta quinta para contestar as acusações de Renan. Eis a nota:

"A Editora Abril informa que as revelações de VEJA sobre o senador Renan Calheiros foram rigorosamente apuradas e, portanto, as confirma integralmente. As aflições e problemas do senador derivam de suas condutas. Estas foram consideradas suficientemente problemáticas pelos seus pares e pelo Procurador-Geral da República, que as encaminharam para investigação, de um lado, para o Conselho de Ética do Senado Federal e, de outro, para o Supremo Tribunal Federal. É fruto do desespero do senador a acusação leviana de que ainda haja alguma coisa a verificar na transação entre a TVA e a Telefônica. A Abril reitera que a parceria em questão está rigorosamente dentro da lei e já foi aprovada pelo Conselho Diretor da ANATEL após nove meses de tramitação e análise".

Quanto à denúncia sobre rádios que controlaria, Renan avisou que fez um requerimento formal para que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) repasse todos os votos dos conselheiros que trataram da concessão, para que se defina a propriedade da empresa.

- Aproveito para reiterar que os senhores senadores podem contar com minha absoluta correção e que minha defesa está amparada em provas. Não sou dado a roubos e não serei algoz de ninguém - disse.

Mais cedo, sobre as denúncias de que teria autorizado uma nova concessão de rádio para a empresa JR Radiodifusão, que segundo a revista "Veja", pertence ao próprio senador, Renan apenas explicou que as concessões são aprovadas por comissões técnicas do Congresso, e que ele "apenas despacha".

Renan afirmou também que já enviou à Polícia Federal (PF) os primeiros lotes dos cheques depositados em sua conta que comprovariam as operações de venda de gado, apresentadas pelo senador como fonte de rendimentos para o pagamento de pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem teve uma filha. Renan é acusado de ter as despesas pessoais pagas por um lobista.

- Os senadores podem contar com a minha absoluta e integral correção. Verão que minha defesa está amparada em provas. Não serei algoz de ninguém. Prefiro ser vítima a ser autor de injustiça - afirmou.

Primo de Renan vira réu em processo por esquema em licitações

A Justiça Federal em Alagoas aceitou uma ação de improbidade administrativa contra o ex-delegado Regional do Trabalho Idelfonso Antônio Tito Uchôa Lopes, primo do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Além dele, responderão como réus no processo sete ex-servidores da Delegacia Regional do Trabalho em Alagoas (DRT/AL) e sete representantes de empresas que participaram de um esquema de direcionamento de licitações, fraude em contratos e superfaturamento de preços no órgão.

A ação foi proposta pelo MP/AL em novembro do ano passado e teve como base um procedimento administrativo da própria DRT que revelou diversas anomalias em várias licitações e contratos celebrados entre os anos de 2000 e 2002, durante a gestão de Tito Uchôa. Auditorias e fiscalizações realizadas por órgãos de controle interno e externo constataram, além dessas irregularidades, deficiências nas gestões de patrimônio, de pessoal e de suprimento de bens e serviços do órgão, e fizeram com que sua exoneração fosse convertida em pena disciplinar de destituição de cargo em comissão.

Tito Uchôa é apontado também, segundo reportagem da revista "Veja", como "laranja" de Renan, aparecendo como dono de rádios que seria, na verdade, do presidente do Senado.

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