
Levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas, exclusivo para a Gazeta do Povo, aponta uma disputa equilibrada entre Reni Pereira (PSB) e Jorge Samek (PT) na eleição de 2012 em Foz do Iguaçu. Se for considerada a margem de erro, os dois estão empatados tecnicamente em três de cinco cenários pesquisados. As intenções de voto em Reni variam entre 28,9% e 37,6%, enquanto Samek oscila entre 25% e 30,8%.
Nos cenários em que não constam os pré-candidatos Dobrandino da Silva (PMDB) ou Nanci Rafain (PDT), Reni abre uma vantagem maior. Sem eles na disputa, o deputado atinge 45,8% das intenções de voto, enquanto o diretor-geral da Itaipu fica com 35%. E, sem Samek na disputa, Reni venceria com mais da metade dos votos totais. A margem de erro é de 4%, para mais ou para menos.
Segundo o diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, a definição da eleição em Foz do Iguaçu passa pela decisão de Samek disputar ou não a prefeitura. Cotado como principal nome do PT no município, o diretor-geral da Itaipu ainda não confirmou sua presença na corrida eleitoral. Caso o petista decida ser candidato, a disputa tende a ser acirrada até o final. Entretanto, caso ele desista de se candidatar, a disputa deve ficar mais fácil para Reni que já assumiu oficialmente sua candidatura. Em Foz, a decisão será em turno único, já que o município tem menos de 200 mil eleitores o mínimo para a realização de um segundo turno.
Para o cientista político Ricardo Oliveira, da UFPR, essa polarização é reflexo de uma eleição estadualizada e nacionalizada, com dois grandes grupos políticos brigando por prefeituras em todo o estado. "Tende a ser uma grande disputa. De um lado, o grupo do governador Beto Richa e, do outro, candidaturas da oposição, com o apoio do governo federal", afirma. No caso de Foz, Reni seria o candidato do governador, enquanto Samek tem ligações fortes com a alta cúpula do PT nacional.
Portanto, o embate em Foz terá a atuação das duas grandes máquinas, uma de cada lado: o governo do estado contra o governo federal. Oliveira avalia que a movimentação de outros atores importantes na política local, Dobrandino, Nanci e Chico Brasileiro (PCdoB), que aparecem com porcentagens consideráveis nesta pesquisa, também devem influenciar no resultado final.
Apoio do prefeito
A prefeitura, neste caso, deve ter uma influência menor do que Itaipu e o governo do estado, mas pode ser o suficiente para desequilibrar a disputa. "O apoio da máquina local é sempre interessante, ainda que agregue uma porcentagem de votos não muito alta nesse caso, já que Samek e Reni são duas figuras bastante conhecidas do eleitor", afirma Oliveira. A candidata do atual prefeito, Paulo Mac Donald (PDT) é Nanci, mas, caso ela não dispute as eleições, é provável que o prefeito apoie Samek já que Reni é o nome mais forte da oposição no município.
A pesquisa mostra também que Mac Donald tem um porcentual de transferência de votos muito baixo: para 35,6% da população, o apoio do prefeito diminuiria sua vontade de votar em um candidato.
Esse porcentual está bem abaixo do conquistado pelo governador Beto Richa (PSDB) e pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT). Ela, que foi diretora de Itaipu por muitos anos, tem o maior índice de transferência de voto: 52,2% dos eleitores tendem a votar no candidato apoiado por ela. O índice do governador é de 45,3%.



