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Ex-aliados: Roberto Requião acusa Paulo Pimentel de descumprir ordem de retirar dinheiro da Fundação Copel aplicado no falido Banco Santos | Theo Marques/arquivo Gazeta do Povo
Ex-aliados: Roberto Requião acusa Paulo Pimentel de descumprir ordem de retirar dinheiro da Fundação Copel aplicado no falido Banco Santos| Foto: Theo Marques/arquivo Gazeta do Povo

Fundo

Conheça a instituição:

O que é

Criada em 1971, a Fundação Copel de Previdência e Assistência Social é uma entidade de Previdência Complementar e não possui fins lucrativos. Além da criadora do fundo, a Copel, outras quatro empresas integram a entidade: Lactec, Escoeletric, Tradener e Compagás. A entidade administra planos de benefícios previdenciários e presta serviços assistenciais aos participantes e seus dependentes.

Patrimônio do fundo

R$ 4,866 bilhões (dado referente a junho deste ano).

Posição no mercado

É a 1ª entidade da Região Sul em volume de recursos administrados e a 13ª do país.

Total de participantes

– 9,6 mil contribuintes.

– 5,8 mil aposentados e pensionistas.

– 22 mil dependentes (planos de saúde).

O governador Roberto Requião acusou ontem o ex-presidente da Copel Paulo Pimentel de ter provocado um rombo de R$ 36 milhões na Fundação Copel. Durante o programa Escola de Governo, Requião disse que, após ter informações de que o Banco Santos poderia quebrar, determinou a retirada dos recursos da fundação investidos no banco. Porém, segundo o governador, a ordem não foi cumprida, porque Pimentel teria dado uma contraordem, determinando que a diretoria da fundação mantivesse os investimentos. O ex-governador Paulo Pimentel nega ter dado essa ordem.

"Tive a informação de que o Banco Santos estava em situação difícil. No mercado financeiro, era certo que ele quebraria", disse ontem Requião. "Assim, chamei a direção da Copel para uma reunião e, como representante do acionista majoritário, determinei a retirada de todos os recursos investidos pela fundação no Banco Santos." O governador afirmou ainda que houve uma "contraordem" da qual não teve conhecimento, dada por Paulo Pimentel.

O delegado da Polícia Federal José Castilho Neto, que está cedido para a Corregedoria do estado, afirmou que os recursos da Fundação Copel foram mantidos no Banco Santos até depois da quebra da instituição financeira, em 2004. Dos R$ 166 milhões que estavam aplicados no banco, R$ 130 milhões foram recuperados. "A Fundação conseguiu retirar os recursos aplicados em fundos de investimentos, com auxílio do Banco Central. Mas os R$ 36 milhões que estavam em Certificados de Depósitos Bancários (CDB) se perderam", afirmou Castilho.

"Em e-mail datado de 23 de setembro, de forma bastante incisiva, dirigido ao senhor Murilo Batista Júnior (então presidente da Fundação Copel), e assinado por Paulo Cruz Pimentel, deixa clara a contraordem de manter os investimentos no Banco Santos", disse Castilho. Segundo ele, o inquérito administrativo que está realizando na Corregedoria deve terminar em 30 dias.

Pimentel nega as acusações. "Nunca fiz esse pedido, nunca dei um palpite sobre a gestão dos recursos da fundação." De acordo com Pimentel, o presidente da Copel não poderia pedir à fundação que mantivesse seus ativos no banco. "Na Fundação Copel há um conselho responsável em fazer aplicações de seus recursos. Eles seguem orientações do Banco Central."

Segundo Pimentel, na época em que ocorreu a quebra do Banco Santos, chegou a ser aberto um inquérito na Procuradoria-Geral da Polícia Federal, que foi arquivado. Ele disse também que a Se­­­cretaria de Previdência Com­­­plementar também fez uma auditoria nos procedimentos que haviam sido adotados pela Fun­­­dação Copel ao aplicar seus recursos. "A secretaria arquivou o procedimento por unanimidade. Não houve irregularidades."

Essa é a segunda polêmica le­­­vantada pelo governador envolvendo a Fundação Copel, em me­­nos de um mês. Semanas atrás, Requião reclamou que a fundação não teria cumprido uma ordem sua para comprar ações do Ter­­minal Portuário da Ponta do Félix, em Antonina.

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