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Briga

Requião ataca MP com provocação literária

Governador chama promotora de “rainha de copas”

 | Sossella
(Foto: Sossella)

A presidente da Associação do Ministério Público do Paraná (APMP), Maria Tereza Uille Gomes, foi comparada pelo governador Roberto Requião (PMDB) ontem à rainha de copas do livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll. A personagem é raivosa, autoritária, e a qualquer sinal de desrespeito manda cortar a cabeça do insurgente. Não é a primeira vez que Requião ataca pessoalmente membros de instituições do estado. Há duas semanas, ele referiu-se ao conselheiro do Tribunal de Contas Fernando Guimarães como o "menino mandu", uma expressão indígena, e referiu-se ao conselheiro como um "menino que usa rabo de cavalo, tatuagem e que freqüenta terreiros magníficos".

Durante a reunião do governo de ontem, Requião voltou a criticar o Ministério Público (MP) e, brincando com sua própria insistência no assunto, disse a sua equipe que iria começar o "minuto do MP". A crítica a Maria Tereza foi feita quando o governador falou da proposta de ação civil da Procuradoria-Geral da República contra a exibição da reunião semanal de governo, a "escolinha de governo", na TV Educativa. "Convidei o pessoal do Ministério Público para vir aqui. Mas a presidente da associação, a rainha de copas da Alice no País das Maravilhas ... Cortem-lhe a cabeça", disse o governador, citando a famosa frase da personagem no livro de Carroll. Requião disse que os membros do órgão ficaram indignados porque ele resolveu mostrar "como funciona o MP". A ação que denuncia o uso político da transmissão da "escolinha" seria uma forma de censura. "Nem o governador do estado, que foi eleito pela terceira vez, pode dizer o que pensa numa TV. Eles querem o domínio pleno, a censura", disse Requião.

Ele ainda demonstrou não ter esquecido de acontecimentos da campanha eleitoral para o governo, em 2006, dizendo que membros do MP fizeram "vazar" gravações da investigação ao policial Délcio Rasera, preso acusado de fazer escutas telefônicas ilegais. Rasera é policial civil e na época estava à disposição da Casa Civil. "O MP fez vazar falsas informações, criando uma relação do Rasera com o governador, estabelecendo a dubiedade da existência de uma relação que existiu sim, mas no governo anterior ao meu".

Maria Tereza Uille estava fora de Curitiba ontem e por meio de sua assessoria de imprensa disse que não gostaria de falar sobre os comentários do governador a seu respeito, ou ao MP.

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