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Curitiba

Na capital, Fruet e Gleisi vencem

Entre os curitibanos, Gustavo Fruet (PSDB) tem uma leve vantagem sobre seus concorrentes. Se a eleição para o Senado fosse hoje, ele teria 44,1% dos votos dos eleitores da capital. Em seguida estão o governador Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann, com 43,4% e 41,5% das intenções de voto, respectivamente.

Fruet também tem uma pequena vantagem entre o eleitorado paranaense com renda mais elevada. Ele tem a preferência de 37% daqueles que declararam rendimentos superiores a R$ 4.650,00. Na sequência aparecem Gleisi (35,2%) e Requião (34,3%).

Por outro lado, a petista se destaca entre os paranaenses com nível superior. Ela aparece em primeiro lugar (37,6%), tecnicamente empatada com Requião (36,9%). Nesse estrato, Gustavo Fruet é o terceiro, com 27,5% das preferências.

Quando os eleitores paranaenses foram questionados pelo Paraná Pesquisas sobre qual é a primeira opção de voto para senador, o governador Roberto Requião mantém a dianteira, com 38,7% das citações. Mas, como segunda opção, o tucano Gustavo Fruet tem uma leve vantagem sobre os outros concorrentes. (RF)

Paranaenses ainda não sabem em quem votar para deputado

Completamente indefinido. É esse o cenário para a escolha dos próximos deputados federais e estaduais do Paraná. De acordo com o levantamento do Paraná Pesquisas, de cada 100 paranaenses, apenas 12 já sabem em quem votar para ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa. No caso da Câmara Federal, a indecisão – ou o desconhecimento – atinge ainda mais pessoas: de cada 100, somente 9 já escolheram seu candidato.

Essa situação é diferente de acordo com a escolaridade do entrevistado. Dos paranaenses com nível superior, 16% já sabem em quem votar para deputado estadual e 13% já escolheram o deputado federal. Entre aqueles com nível fundamental, esses índices são de apenas 10% e 7%.

Os jovens também estão em dúvida. Dos eleitores com idade entre 16 e 24 anos, apenas 6,5% já escolheram um deputado estadual, e somente 4,8% têm definido em quem vão votar para a Câmara Federal. Para os homens, a indefinição é menor: 14,1% deles já sabem em quem votar para a Assembleia Legislativa, contra 9,2% das mulheres. No caso dos deputados federais, 11,5% deles já escolheram o candidato, contra apenas 6,3% das mulheres. (RF)

  • Veja a pesquisa sobre as intenções de votos para deputados

Se a eleição para o Senado Federal fosse hoje, o governador Roberto Requião (PMDB) seria o franco favorito para ocupar uma das duas vagas em disputa. De acordo com levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas com exclusividade para a Gazeta do Povo, ele tem a preferência de 49,4% dos eleitores paranaenses. Para a segunda cadeira, há três candidatos com chances.

A petista Gleisi Hoffmann larga com vantagem: aparece com 28,2% das citações. Considerando a margem de erro de 2,5% da pesquisa, ela fica muito próxima de Gustavo Fruet (PSDB) e Ricardo Barros (PP). Os dois deputados federais estão tecnicamente empatados, com 21,7% e 20,1%, respectivamente.

Segundo a pesquisa, uma boa parcela do eleitorado ainda está indecisa em quem votar: 8,2%. Outros 6,5% dos entrevistados disseram que não votariam em nenhum dos nomes apresentados (veja infográfico). A soma das citações é superior a 100%, pois cada eleitor poderia citar dois nomes – estarão em disputa as vagas de Osmar Dias (PDT) e Flávio Arns (PSDB). O pedetista pretender ser candidato a governador do Paraná e Arns não conta com o respaldo de seu partido para tentar a reeleição.

Apesar de Requião ter sido lançado por uma ala do PMDB como pré-candidato à Presidência da República, especialistas consultados pela Gazeta dizem que o caminho mais provável para ele é o Senado. "Ele tem uma candidatura a senador muito forte. Dá para considerar que uma vaga é dele", afirma o cientista político Emer­son Cervi. Ricardo Oliveira, professor de ciência política da Univer­­­sidade Federal do Paraná (UFPR), também diz que é quase certo que Requião conquistará o mandato de oito anos no Senado.

O destaque da pesquisa foi o deputado Ricardo Barros, que a partir de agora vai trabalhar mais ainda para sua candidatura ao Senado. Na semana passada, ele tirou licença de 120 dias da Câmara para se dedicar à pré-campanha. "É uma surpresa esse patamar que ele atingiu. Os números demonstram que surtiu efeito o trabalho que ele vem fazendo nos grotões, que é onde ele mais atua", observa Celene Tonella, coordenadora do mestrado de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Perfil

Considerando apenas o interior do estado, Ricardo Barros assume a segunda posição, com 26% das preferências, atrás apenas de Requião, que também é mais forte nessa região – tem 52,3% dos votos. Barros também se destaca entre os eleitores com ensino fundamental e com renda de até R$ 1.395,00 – nos dois casos, ele aparece como segunda opção, de novo atrás do governador.

Segundo Celene, a atuação de Barros é marcada pelo assistencialismo. "Ele se coloca como um porta-voz de entidades que prestam auxílio à população, e isso tem surtido efeito", pondera. Para ela, é até possível que o candidato do PP roube votos de Requião, pois o eleitorado deles parece ser o mesmo. "Enxergo essa tendência, pois os outros candidatos se destacam em um eleitorado com outro perfil. Pode ser uma ameaça ao Requião."

Para Ricardo Oliveira, os números estão dentro do esperado – com exceção do desempenho de Ricardo Barros. "A princípio, qualquer governador que concorra ao Senado está virtualmente eleito, especialmente quando há duas vagas em disputa." Segundo ele, o segundo lugar obtido por Gleisi é reflexo da campanha que ela já vem fazendo. "Além disso, ela se destacou quando concorreu ao Senado contra Alvaro Dias e, no ano passado, foi candidata a prefeita de Curitiba."

Sobre Fruet, o professor diz que ele também conseguiu um bom porcentual, já que nunca concorreu ao Senado. "Como deputado, ele tem uma plataforma política muito interessante para mostrar ao eleitorado." Para Oliveira, a pesquisa mostra que a candidatura de Barros é bastante viável. "É um número surpreendente."

Alianças

A definição dos nomes que vão concorrer ao Senado pode mudar bastante, em função das alianças para as candidaturas à Presidência da República. PT e PSDB têm interesse em garantir um grande número de aliados para sustentar as campanhas de Dilma Rousseff e José Serra. No Paraná, Beto Richa e Alvaro Dias disputam a indicação tucana. Tanto no PMDB e no PT paranaense, há grupos que defendem coligações com o PSDB e outras alas que preferem o PDT.

O cientista político Emerson Cervi diz que, por conta das alianças, é possível que o senador Osmar Dias desista de se candidatar ao governo do estado – coisa que o pedetista nega – e tente a reeleição. "Nesse caso, haveria dois candidatos bastante fortes, o Osmar e Requião, para duas vagas."

Metodologia

O levantamento do Instituto Paraná Pesquisas ouviu 1.830 eleitores paranaenses com mais de 16 anos, em 65 municípios do estado, entre os dias 16 a 21 de dezembro. A amostra tem um grau de confiança de 95,5% para uma margem estimada de erro de 2,5%, para mais ou para menos. Para a seleção, foi utilizado o método de amostragem estratificada proporcional, conforme o ma­­­peamento do estado em 10 mesorregiões homogêneas do Paraná, segundo o Instituto Brasi­­­leiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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