
O governador Roberto Requião (PMDB) é o personagem político de destaque no Twitter rede social que permite publicação de mensagens de até 140 caracteres na internet deste começo de ano. Não só pelo estilo que o caracteriza, mas pelo múltiplo uso que está fazendo da ferramenta. Requião dá notícias em primeira mão, antes mesmo de seus assessores pensarem em publicá-las na agência de notícias do governo, alfineta adversários políticos, critica o governo federal, bate-boca com cidadãos e com políticos.
Na semana passada, o governador discutiu via Twitter com o presidente do PSDB estadual, Valdir Rossoni. Na sexta-feira, foi a vez do ministro Paulo Bernardo ser alvo de Requião: "Paulo Bernardo em Londrina faz campanha c/ Osmar Dias e dispensa PMDB. Nada como um dia atrás do outro Paulinho".
A primeira notícia que Requião soltou no Twitter em 2010 foi a de que o governo vai divulgar a folha de pagamento de todos os servidores estaduais a partir de fevereiro. "No próximo mês o valor recebido por todos funcionários públicos em folha serão publicados na internet", publicou o governador, em 6 de janeiro. Na noite do dia 14 deste mês, Requião "furou" a Agência Estadual de Notícias e informou que iniciava a rebelião na Penitenciária Central do Estado, em Piraquara.
O governador noticia também fatos diversos, sem caráter político, como o roubo de caixas eletrônicos na Assembleia Legislativa. "Roubaram os caixas eletrônicos da Assembleia do PR. Seguranças rendidos", publicou Requião no domingo passado, dia 24.
Requião usa também a ferramenta para divulgar as ações de seu governo: "Hosp Regional de Ponta Grossa anda bem. 80% do equipamento já está comprado. Parte civil da construção pronta até fevereiro".
Mas, diferente de políticos cujo uso do microblog restringe-se a falar do que estão fazendo, o governador conversa de forma intensa com seu público. Não só conversa, como republica as mensagens que lhe direcionam, principalmente se forem elogiosas.
Entretanto, Requião tem excessivamente republicado mensagens de seus interlocutores na última semana. O abuso em usar o recurso foi tamanho que um deles "@Eder_F1" enviou ao governador a seguinte mensagem: "Prefiro bem mais seus comentários pessoais a essa quantidade enorme de retweets. Abraços!". No Twitter, o ato de republicar mensagens que são endereçadas a um usuário chama-se "retweet" (ver glossário).
Requião, é claro, não perde a oportunidade de expressar suas críticas à política econômica "penso que podemos livrar nosso país do domínio do capital vadio. Isto só é possível abrindo o jogo". Da mesma forma, alfineta adversários políticos: "Reunião do (Michel) Temer na casa oficial da Câmara c/ presença do Meireles pode ser para renovar limite dos cheques especiais."
Sobra também para os cidadãos comuns que o criticam: "Todo pilantra acha que pode desacatar um politico. Sério. Recebe uma resposta dura e sai ganindo como cão vadio que leva pedrada."
O governador, entretanto, não é tão popular quanto outros políticos. Nesta semana, Requião conseguiu romper a barreira dos 3 mil "seguidores". Até o final da tarde de sexta-feira, 3.198 usuários estavam recebendo em suas contas do Twitter as mensagem que o governador publica na ferramenta. Falta muito para ele ter um alcance como o do governador de São Paulo, José Serra, que tem 160 mil seguidores.
*Os erros ortográficos e gramaticais das mensagens no Twitter foram mantidos na íntegra.



