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(Não) Fale com o governador

Requião ironiza veranista por e-mail

Governador chama de “rabugento” ex-procurador que reclamou da falta de luz e água em Pontal do Paraná na virada do ano

Governador Requião volta a usar uma ferramenta oficial do estado para se envolver em uma nova polêmica | Marcos Brandão
Governador Requião volta a usar uma ferramenta oficial do estado para se envolver em uma nova polêmica (Foto: Marcos Brandão)

Logo no primeiro dia de 2010, o governador Roberto Requião (PMDB) voltou a usar uma ferramenta oficial do governo para se envolver em mais uma polêmica. Ao receber um e-mail com críticas à administração estadual enviado por meio do link "Fale com o Governador", que pode ser acessado no site oficial do governo (www.cidadao.pr.gov.br), o peemedebista atacou o remetente chamando-o de "rabugento" e dizendo que ele "recebe muito pelo que não faz".Episódio semelhante ocorreu em março do ano passado, depois que um leitor entrou em contato com a Gazeta do Povo para contar que havia recebido uma resposta grosseira do governo após ter encaminhado uma crítica ao "Fale com o Governador". Com o intuito de checar a denúncia, a reportagem criou dois e-mails fictícios e enviou mensagens a Requião, as quais também recebeu respostas irônicas como "Não seja imbecil" e "Jesus te ama apesar de tudo".

Desta vez, quem recebeu uma resposta ofensiva – e entrou em contato com a Gazeta do Povo para contar o episódio – foi o procurador federal aposentado João Carlos de Lima. Segundo ele, que passava o réveillon com a família no balneário de Shangri-Lá, em Pontal do Paraná, o fornecimento de luz e água foi cortado poucas horas antes da virada do ano e só foi normalizado durante a madrugada. "Tenho uma casa aqui há 25 anos e, invariavelmente, isso acontece todo o fim de ano", afirma. "Por isso decidi alertar a Copel, a Sanepar e também o governo para corrigirem o problema, enviando o e-mail."

Na mensagem, Lima dizia que o governo estadual promete investimentos públicos no litoral todos os anos, mas não cumpre a promessa. Ele ainda chamou os administradores públicos de incompetentes por destruírem as festas de fim de ano dos paranaenses que estavam nas praias. "Estávamos em mais de 20 pessoas e a única luz que tínhamos era a dos nossos celulares. Só pudemos cear quando a luz voltou", conta.

Na resposta, enviada já na manhã do dia 1.º, o governador declarou que a reclamação era "histérica" e partia de "um procurador que não procura e recebe muito pelo que não faz". Além de afirmar que Lima deveria ter acendido algumas velas e "curtido a escuridão com alegria", o e-mail dizia que o problema ocorreu devido a um erro operacional a que todos estão sujeitos.

"Erro operacional é uma vez na vida. Mas, se o problema acontece todo o ano, ele é previsível e precisa ser corrigido", argumenta o ex-procurador. "E não faço nada porque estou aposentado, só por isso. Fiquei surpreso com o tom jocoso do e-mail."

Procurada pela reportagem, a assessoria do governo ainda não tinha um posicionamento oficial sobre o caso. Em março do ano passado, no entanto, a Companhia de Informática do Paraná (Cele­­par) confirmou que o próprio Requião é quem acessa as mensagens enviadas ao "Fale com o Governador", com o auxílio de um assessor. Ele próprio responde aos e-mails e, eventualmente, quando há necessidade de esclarecimentos mais detalhados, encaminha os textos à secretaria responsável pelo assunto.Justificativas

Segundo a Copel, a oscilação de energia elétrica foi causada pelo rompimento de um cabo em Matinhos, cujo motivo ainda não foi descoberto. A queda no fornecimento de luz afetou a rede da Sanepar, que depende da energia elétrica para captação e distribuição da água para os imóveis.

Com informações de Fernanda Leitóles.

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