
Enquanto o governador Beto Richa (PSDB) e a senadora Gleisi Hoffmann (PT) pré-candidatos ao governo do Paraná trocam farpas em eventos públicos e mantêm agendas coincidentes, o senador Roberto Requião (PMDB) iniciou uma série de viagens pelo interior do estado para tentar viabilizar sua candidatura. Por enquanto, o PMDB está dividido. Há quem prefira apoiar a reeleição de Richa e um grupo é simpático à adesão na campanha de Gleisi. O senador, porém, começa a mobilizar os diretórios municipais na tentativa de angariar delegados que votem a favor da proposta de candidatura própria na convenção do partido, que ainda não tem data definida.
As viagens de Requião começaram no dia 31 de janeiro e ele tem visitas agendadas até 4 de abril. Até lá, Requião deverá passar por pelo menos 20 cidades do interior e Região Metropolitana de Curitiba. Com o intuito de "despertar as bases do partido para a eleição", Requião tem se encontrado com correligionários para defender a candidatura própria. Caso essa seja a opção escolhida, o PMDB poderia lançar Requião ou Orlando Pessuti encabeçando a chapa.
Em entrevista às rádios locais, na manhã de ontem, o senador afirmou que, sem a candidatura dele, a petista Gleisi Hoffmann não teria chance de ir ao segundo turno. "Sem a candidatura própria, a chance da reeleição de Richa é muito grande", disse Requião. Ele criticou os dois pré-candidatos, afirmando que a atuação de Gleisi na Casa Civil no governo federal fez com que ela "desaparecesse" e que o governo de Richa é "incompetente" e a atual gestão já teria "acabado".
Com relação ao apoio de deputados da bancada do PMDB a uma possível coligação com o PSDB, Requião aponta que eles não têm a maioria dos delegados no interior. A afirmação foi rebatida pelo presidente estadual do PMDB, Osmar Serraglio.
Interior
De acordo com assessores do senador, as reuniões feitas no interior do estado têm pauta parecida. Reunido com políticos e militantes, Requião quer mostrar que o governo não vai bem e que ele seria o candidato ideal, pois já teria experiência como governador e seria capaz de resgatar as finanças do estado. "Estou muito bem no Senado. Mas se os companheiros quiserem retomar o governo do Paraná, me chamem que eu vou", afirma.
Um dos ex-presidentes da sigla no estado, Milton Buabssi, que acompanha as reuniões de Requião, diz que a decisão pela candidatura será feita na convenção. "Os delegados terão liberdade para decidir. Mas Requião é o candidato hors concours", diz.
Sérgio Ricci, assessor parlamentar do senador, descreve que no interior do estado, com as bases do partido, a situação é animadora. O grupo pró-Requião não acredita que o partido enfrente as eleições de outubro sem consenso.




