Desde segunda-feira, o governo do estado está sob o comando interino do vice-governador, Orlando Pessuti (PMDB). Isso porque o governador Roberto Requião (PMDB) saiu de férias e decidiu viajar com a família pela Europa. Como a viagem deve durar duas semanas, Requião reassumirá a chefia do Executivo estadual apenas no dia 20 de abril.
O provável roteiro da viagem de Requião deve incluir passagens por Lisboa, Paris e Munique. Essa é a segunda vez que o governador sai de férias durante o segundo mandato. Em fevereiro do ano passado, ele permaneceu sete dias em Miami, nos Estados Unidos, após participar da "Conferência sobre o equilíbrio do Mundo", em Cuba.
Nos bastidores, a viagem é vista como uma oportunidade para Pesssuti fortalecer sua candidatura ao governo do estado, nas viagens em que fará pelo interior principalmente, pelo fato de o PMDB não estar totalmente fechado em torno do nome do vice-governador para a disputa do ano que vem. O governador em exercício, porém, afirmou não acreditar que essa situação possa contribuir para o fortalecimento de sua candidatura. "A única diferença é que damos uma demonstração aos paranaenses de que, caso eu seja eleito, as coisas continuarão como estão hoje", desconversou. Segundo Pessuti, ele sempre participa de dezenas de atividades em nome de Requião e agora, como chefe interino do Executivo, continuará agindo dentro da normalidade. "O que muda, de fato, é que posso tomar decisões administrativas por conta própria", destacou.
O período de descanso de Requião teve início na última sexta-feira, após a divulgação oficial da decisão da ministra Ellen Gracie, do Supremo Tribunal Federal (STF), de manter Eduardo Requião no cargo de secretário da Representação do Paraná em Brasília. Nos últimos meses, as acusações de nepotismo têm sido as maiores dificuldades enfrentadas por ele à frente do governo do Paraná. O outro irmão do governador, Maurício Requião, foi afastado pelo mesmo STF do cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TC) no último dia 4 de março. Maurício foi escolhido pela Assembleia Legislativa para ocupar o cargo, depois de ter o nome indicado pelo próprio governador. Em ambos os casos, Requião é acusado de afrontar a Súmula Vinculante nº 13 do Supremo, que proíbe a prática de nepotismo em cargos administrativos no poder público.
Além dos irmãos, a mulher do governador e diretora do Museu Oscar Niemeyer (MON), Maristela Requião, também está envolvida em uma polêmica jurídica. O Ministério Público Federal (MPF) abriu um procedimento administrativo para investigar uma suposta irregularidade na concessão do título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) para a Sociedade dos Amigos do MON também presidida por Maristela, o que é proibido pelo Ministério da Justiça.



