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O senador Alvaro Dias, que disputa com o prefeito Beto Richa a indicação do PSDB para ser candidato ao governo do estado, não compareceu à reunião do partido realizada ontem. Ele classificou o encontro que lançou Richa como pré-candidato ao governo como um ato de "desonestidade política", "armação esperta" e "homenagem à ilegalidade".

"Embora não produza efeito legal, essa reunião produz efeito político e esse foi o objetivo", afirmou Alvaro. "A partir dessa reunião, eu não sou mais concorrente para a imprensa e para os institutos de pesquisa, porque no partido não existe candidato sem partido. Se eventualmente eu resolvesse disputar a convenção, seria uma disputa desigual."

O senador ainda acusou o próprio partido de ter cometido "crime eleitoral" porque indicou um candidato sem o referendo da convenção estadual – que, pela lei eleitoral, só pode ser realizada em junho.

Alvaro também fez críticas ao modo como o nome de Richa foi definido para a disputa. "Foi uma afronta ao próprio partido porque se fez uma pré-convenção sem a presença dos convencionais. Eles tiveram traído o direito de decidir sobre o destino do partido em ano eleitoral." Apesar da discordância com a direção estadual do PSDB, o senador diz que não estuda a possibilidade de deixar o partido.

No fim se semana, Alvaro havia publicado em seu blog uma nota com os motivos que o levaram a decidir não ir ao evento. Uma das principais críticas dele é que o nome de Richa na disputa estadual acaba criando dificuldades no Paraná para o pré-candidato tucano à Presidência, o governador paulista José Serra.

Segundo Alvaro, com Richa na disputa, acabam sendo criados três palanques desfavoráveis ao PSDB. Primeiro porque o prefeito terá de deixar o comando da capital em abril para participar da eleição e, com isso, deixará a prefeitura para o vice-prefeito Luciano Ducci, do PSB. Isso, na avaliação dele, montaria um palanque para o deputado Ciro Gomes (PSB) na disputa presidencial.

Depois, facilitaria a aliança entre o PDT, do senador Osmar Dias, com o PT – o que significaria a criação de um palanque forte para a ministra Dilma Rousseff (PT). Por fim, na avaliação dele, a candidatura de Richa, também torna inviável um entendimento formal dos tucanos com o PMDB, abrindo mais um palanque para Dilma. (CO)

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