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Lava Jato

Roseana Sarney é citada na Lava Jato em caso de propina envolvendo precatórios

A ex-governadora do Maranhão é investigada por ter adiantado o pagamento de precatório no valor de R$ 120 milhões a UTC, com intermediação de Alberto Youssef

A ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney | Marlene Bergamo / Folhapress
A ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (Foto: Marlene Bergamo / Folhapress)

A ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) é citada em um dos depoimentos em regime de delação premiada do doleiro Alberto Youssef. Ela é investigada por suspeita de receber propina para que o governo do estado do Maranhão antecipasse o pagamento de um precatório de R$ 120 milhões às construtoras UTC/Constran. O pagamento teria sido intermediado por Youssef.

Em depoimento aos investigadores, Youssef admitiu que recebeu R$ 10 milhões a título de comissão por ter intermediado o pagamento. Ele afirma que negociou o adiantamento do precatório com o ex-chefe da Casa Civil do Maranhão João Abreu, que por sua vez recebeu R$ 3 milhões em propina. As informações vieram a público porque o juiz federal Sério Moro decidiu nesta terça-feira (27) compartilhar com a Secretaria de Transparência e Controle do Maranhão as informações sobre supostas irregularidades na quitação do precatório.

De acordo com Sérgio Moro, nos depoimentos prestados por Alberto Youssef em regime de delação premiada "há descrição do fato, com afirmação de que o pagamento do precatório foi viabilizado mediante pagamento de propina a João Abreu, na época chefe da Casa Civil do Estado do Maranhão".

Inicialmente o caso seria julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), já que Roseana possuía foro privilegiado devido ao cargo de governadora. Em dezembro do ano passado, porém, Roseana renunciou ao governo do estado alegando problemas de saúde.

A ex-governadora nega que conheça ou tenha estado com o doleiro Alberto Youssef. A reportagem da Gazeta do Povo não conseguiu contato com João Abreu.

Sucessor de Roseana no MA investiga precatório do cartel de empreiteiras

A Secretaria de Transparência e Controle do Estado do Maranhão decidiu interromper o pagamento do superprecatório das empreiteiras do cartel alvo da Operação Lava Jato. Em ofício à Justiça Federal no Paraná, o órgão pediu compartilhamento das informações referentes às supostas irregularidades cometidas pelo governo de Roseana Sarney (PMDB) - que deixou o cargo 21 dias antes do fim de sua gestão alegando problemas de saúde - "no que diz respeito à irregular quitação de um precatório devido à empresa UTC/Constran".

"É importante ressaltar a urgente necessidade do Estado do Maranhão de ter acesso a informações e documentos pretendidos de forma a não apenas se promover a responsabilização funcional dos servidores supostamente envolvidos, como também para evitar novos pagamentos do acordo objeto de investigação e, especialmente, para tentar recuperar para o erário estadual os valores possivelmente desfalcados, que supera os R$ 4 milhões", registra a Secretaria de Transparência do governo do Maranhão, hoje sob gestão de Flávio Dino (PCdoB) - que derrotou Edison Lobão Filho (PMDB), candidato da família Sarney.

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