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Congresso

Saiba por que a eleição do Senado está sendo pouco falada

Enquanto a campanha na Câmara chama a atenção pelo calor da disputa, Renan ruma tranquilo para se reeleger presidente do Senado sem sequer ter formalizado sua candidatura

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Luiz Henrique : decisão de disputar a presidência

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Luiz Henrique : decisão de disputar a presidência

Gleisi: comando da liberação de empréstimos |

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Gleisi: comando da liberação de empréstimos

Favorito na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) chega à eleição de domingo após dois meses de campanha em que visitou as 27 unidades da federação. No outro lado do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL) ruma à terceira reeleição para o comando do Senado sem sequer ter formalizado a candidatura. Há conexão entre os dois cenários: o calor da briga pela Câmara, que caminha para uma dura derrota do governo Dilma Rousseff, esfriou o confronto no Senado.

"É estratégia do Renan não se expor e deixar o tempo passar. Todos sabem o quanto a candidatura dele é vulnerável", diz o senador paranaense Alvaro Dias (PSDB). O alagoano é um dos 28 parlamentares citados pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa na delação premiada à Polícia Federal (PF), dentro da Operação Lava Jato, que investiga corrupção e desvio de recursos na estatal.

Além disso, a biografia de Renan guarda uma das maiores reviravoltas políticas do Congresso. Ex-ministro da Justiça na gestão Fernando Henrique Cardoso, Renan foi eleito presidente do Senado pela primeira vez em 2005, no final do primeiro mandato de Lula. Em 2007, graças ao entrosamento com os petistas, conquistou uma reeleição tranquila. Até que, meses depois, foi pivô de um furacão de denúncias que envolviam uma filha fora do casamento com a jornalista Mônica Veloso.

Renan não conseguiu comprovar de onde vinham os recursos para pagar a pensão da menina (cujos valores eram entregues pelo lobista de uma construtora). Apesar disso, o senador escapou duas vezes da cassação em plenário. Renunciou ao cargo para encerrar a polêmica. Recomeçou por baixo e, em 2013, novamente com o apoio do PT, voltou à presidência do Senado.

Regra

"O que o PT faz é seguir a regra: aceita a indicação do partido com a maior bancada", diz a senadora paranaense Gleisi Hoffmann (PT). "E não vemos problemas com a indicação do Renan."

Não foi sempre assim: em 2009, o partido lançou Tião Viana (AC) para tentar derrubar José Sarney (PMDB-AP) e, mesmo com uma inusitada aliança com os tucanos, não conseguiu.

Na ocasião, Alvaro chegou a mostrar o voto antes de colocá-lo na urna para mostrar que cumpriu o acordo. Há dois anos, o PSDB fez parte de um esforço conjunto com PSB, DEM e PSol para fortalecer Pedro Taques (PDT-MS) contra Renan – o que também acabou não dando certo.

O peemedebista teve 56 votos contra 18 de Taques, que somou quatro votos a menos que o número previsto pela oposição (houve ainda dois votos em branco, dois nulos e três ausências).

Dissidentes do PMDB lançam candidatura de catarinense

Estadão Conteúdo

Dissidentes do PMDB lançaram ontem o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) como candidato à presidência do Senado. Segundo o próprio Luiz Henrique, a "decisão é irreversível", mesmo que para isso ele tenha que disputar contra o atual presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) – candidato que conta com o apoio do Planalto.

Logo após o anúncio da candidatura de Luiz Henrique, os líderes das bancadas do PSDB e do DEM no Senado, Aloysio Nunes (SP) e José Agripino Maia (RN), respectivamente, afirmaram que vão apoiá-lo na eleição marcada para o próximo domingo.

Com a candidatura do catarinense, o senador "independente" Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), que havia manifestado interesse de concorrer à presidência da Casa, pode desistir da disputa. Os seis senadores do PSB iriam se reunir ontem à noite para discutir o assunto.

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