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O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse nesta quarta-feira (17) que não há em vista a formação de um "blocão" de partidos no Senado como aconteceu na Câmara. Nessa terça-feira foi anunciada a formação de um bloco comandado pelo PMDB que uniria 200 deputados. Além do PMDB, estariam no bloco PP, PR, PTB e PSC.

Lula no Palácio da Alvorada "Acho que aqui (no Senado) não temos em vista, pelo menos até agora. Não vi ninguém tratar desse assunto de fazer bloco nenhum. Eu não conheço o que ocorre na Câmara e não sei as motivações que levaram a bancada a fazer isso", afirmou Sarney.

Ele saiu em defesa do presidente da Câmara e vice-presidente eleito, Michel Temer, que continua acumulando os cargos com a presidência do PMDB. "Eu acho que ele (Temer) está imbuído justamente desse ponto de vista de agir como participante do governo e não como presidente do partido. No momento, ele está acumulando essas funções e evidentemente, algumas vezes, elas interferem uma na outra, mas não é esse o desejo dele", afirmou o presidente do Senado.

Sarney afirmou que Temer tem procurado colaborar nas articulações para a formação do novo governo e que o vice eleito foi incluído na coordenação da equipe de transição por solicitação da presidente eleita Dilma Rousseff.

O líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza (PT-SP), que também tem o nome citado entre os que podem presidir a Câmara, disse na terça-feira (16) encarar com "naturalidade" a ação dos aliados, mas ressalvou que é preciso saber qual é a real intenção dos partidos.

"É positivo que partidos com ideologias semelhantes se juntem para as votações, mas não sei qual é o objetivo de um bloco desse tamanho." Vaccarezza afirma que a intenção do PT é discutir a questão do comando da Câmara sem gerar problema na base de Dilma ou com o PMDB.

Presidência da Câmara

A formação do bloco liderado pelo PMDB tem no horizonte a disputa pela Presidência da Câmara. Um pré-acordo define um revezamento entre PT e PMDB no cargo, mas existe a disputa sobre quem começa na presidência e se o acordo se estende ou não ao Senado.

O PT saiu com a maior bancada das eleições, com 87 deputados. O PMDB tem 79 e é o segundo partido na Câmara. No Senado acontece o inverso – o PMDB terá 19 parlamentares, e o PT, 14, a partir de fevereiro de 2011. Pela tradição das Casas, o maior partido tem preferência para ocupar a presidência, mas isso nem sempre é obedecido.

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