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Secretario de obras é preso em nova fase da Operação Pecúlio, em Foz do Iguaçu

Ação investiga irregularidades em processos de licitação realizados pela prefeitura de Foz do Iguaçu. Além do secretário de obras, Carlos Juliano Budel, também foi preso o diretor de pavimentação do município, Ayres da Silva

 | Christian Rizzi/Arquivo / Gazeta do Povo
(Foto: Christian Rizzi/Arquivo / Gazeta do Povo)

Um secretário municipal de Foz do Iguaçu foi preso nesta terça-feira (3) durante a segunda fase da Operação Pecúlio, deflagrada pela Polícia Federal (PF), na cidade do oeste paranaense. A ação é uma continuação da operação que investiga irregularidade em processos de licitação do município.

O secretário de obras da cidade, Carlos Juliano Budel, foi preso. Na primeira fase da operação, ele tinha prestado um depoimento sob condução coercitiva. O diretor de pavimentação do município, Ayres da Silva, também foi preso. Por telefone, o advogado de Budel, Osvaldo Loureiro disse não saber o motivo da prisão.

Nesta fase, foram expedidos quatro mandados de busca e apreensão, um de condução coercitiva e dois mandados de prisão preventiva, que não tem prazo determinado para vencer.

Prefeito já foi alvo da operação

Um dos alvos da primeira fase da Operação Pecúlio foi o prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira (PSB), que foi levado para depor em condução coercitiva. Agentes da PF encontraram um alto valor em dinheiro na casa do prefeito: cerca de R$ 120 mil. O prefeito foi levado até a delegacia da PF para prestar depoimento. Segundo o delegado Fábio Seiji Tamura, Pereira preferiu permanecer calado e falar somente em juízo. Versão diferente foi apresentada pelo prefeito em entrevista coletiva, na qual Pereira afirmou contribuir com as investigações e desconhecer qualquer irregularidade nos contratos de obras da Prefeitura.

Durante a primeira fase, realizada no dia 19 de abril, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, 10 mandados de prisão temporária, 19 conduções coercitivas e 51 mandados de busca e apreensão em residências de investigados, órgãos públicos e em empresas supostamente ligadas à organização criminosa envolvida em irregularidades na cidade.

Nesta fase, além do prefeito e Budel, também foram alvos de condução coercitiva o ex-secretário de Esportes, Anderson Andrade, o ex-secretário municipal de Saúde, Charles Bortolo, e o vereador Hermógenes de Oliveira (PMDB). Foram presos de forma preventiva o ex-secretário de Planejamento de Foz e gerente regional da Sanepar, Rodrigo Becker, o representante de uma empreiteira Nilton João Beckers, o ex-secretário municipal de Tecnologia da Informação, Melquisedeque de Souza, e o empresário Euclides de Moraes Barros Júnior.

A partir da análise dos elementos coletados nas buscas realizadas na primeira fase e o cruzamento das informações trazidas pelos interrogatórios de alguns investigados, foi possível identificar a participação de agentes públicos que solicitavam vantagens indevidas a empresários para fins ilícitos. Os mandados judiciais foram expedidos pela Justiça Federal em Foz do Iguaçu, após parecer do Ministério Público Federal.

A operação

O objetivo da operação era desarticular um grupo que teria praticado desvio de dinheiro contra a administração pública na cidade. A Controladoria-Geral da União (CGU) estima que as somas desviadas em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e no Sistema Único de Saúde (SUS) chegam a um total de R$ 4 milhões.

A investigação analisou licitações municipais relacionadas a verbas públicas federais, que teriam envolvido “obtenção de vantagens indevidas”. Segundo a CGU, as empresas receberam quantias milionárias de recursos públicos federais (como o PAC), bem como de empresas contratadas para prestar serviços ao SUS.

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