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Roberto Requião e policial militar: projeto prevê que quatro PMs ficariam à disposição do governador em todo o país e no exterior | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Roberto Requião e policial militar: projeto prevê que quatro PMs ficariam à disposição do governador em todo o país e no exterior| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

O governo do Paraná poderá ter de desembolsar, no mínimo, R$ 296,36 mil em seis anos para pagar salários de policiais militares que farão a segurança particular do governador Roberto Requião (PMDB) depois que ele deixar o cargo. O projeto que obriga o estado a assegurar guarda-costas durante três anos para ex-governadores foi apresentado ontem na Assembleia Legislativa.

Como a proposta prevê que, em caso de reeleição, será permitida a soma de tempo no serviço de segurança, Requião poderia usar os serviços dos PMs por seis anos. Esse prazo pode ainda ser estendido para nove anos, caso seja considerado que ele já governou o estado por três mandatos.

Pelo texto, Requião poderá escolher quatro integrantes da PM para cuidar da sua segurança pessoal. Se Requião escolher os servidores do quadro da PM com menor salário – ou seja, quatro soldados de segunda classe que recebem men­­­salmente R$ 949,87 cada um –, o estado vai gastar no mínimo R$ 49,39 mil por ano em salários e décimo terceiro.

O projeto prevê também pagamento das despesas com viagens, diárias e passagens dos seguranças para acompanhar o governador em qualquer lugar do Brasil e do exterior. O governo também ficaria obrigado a ceder automóveis para serem usados no serviço de proteção. O projeto ainda exige tempo mínimo de 3 anos no cargo para um governador ter direito ao benefício. E, se virar lei, a regra só valerá para Requião e seus sucessores.

O líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), nega que o projeto tenha sido encaminhado a pedido de Requião (a autoria do projeto é de um grupo de deputados). Ele argumenta que a proteção pessoal é necessária porque, neste mandato, Requião "radicalizou" em algumas posições. "Me preocupo com a segurança dele, que enfrentou muitos interesses de empresas multinacionais e de setores retrógrados da sociedade. Ele combateu o tráfico de drogas, de armas e quadrilhas organizadas", disse.

O líder do governo não descarta a possibilidade de estender o benefício para o secretário de Segurança Pública. "Entendo que quem ocupa uma função pública que contraria interesses de poderosos precisa de proteção do estado. Imagine quantos interesses o secretário (Luiz Fernando) Delazari contrariou", defende Romanelli.

A oposição rechaçou a ideia. "Isso é um absurdo. A segurança no estado está precária e nunca nenhum ex-governador precisou de segurança pessoal após o término do mandato", disse o líder da oposição, Élio Rusch (DEM). Para o líder do PSDB, Ademar Traiano (PSDB), o estado tem que pôr segurança na rua para proteger o povo e não as autoridades.

O deputado Reni Pereira (PSB) considera a mensagem inconstitucional porque foi proposta por deputados e fere o artigo 66 da Constituição Estadual. "Esse tipo de projeto gera despesa de forma continuada e teria de ser proposto pelo próprio Executivo."

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