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Acidente em Congonhas

Sem parentes de vítimas, ato de um mês de tragédia vira protesto contra governo

Um ato público para lembrar um mês do acidente com o vôo 3054 da TAM transformou-se em uma manifestação contra o governo federal. Uniformizados com uma camiseta preta com a inscrição "Cansei", um grupo de pessoas próxima ao palco puxou gritos de "Fora, Lula".

Os familiares das vítimas criticaram a organização por não permitir que subissem ao palco. Em seu lugar, estavam a cantora Ivete Sangalo, a apresentadora de TV Hebe Camargo, o nadador Fernando Scherer e o empresário João Dória Jr.

Alguns familiares de vítimas do acidente com o avião da TAM reclamaram de não se sentirem representados pelo movimento e de não terem conseguido subir ao palco.

- A gente não participou de nada. A gente veio aqui não sei para quê. Chegou uma hora que o pessoal disse que a gente não podia subir porque o palco ia cair - afirmou Ana Maria Queiroz, mãe de uma das vítimas do acidente.

Um minuto de silêncio

Organizado pelo Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, o ato foi realizado ao meio-dia desta sexta, na Praça da Sé, centro da capital paulista. Após um minuto de silêncio, aconteceu um culto ecumênico e o cantor Agnaldo Rayol entoou o Hino Nacional. O movimento é integrado, segundo sua página oficial, pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo e do Distrito Federal, Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert), Associação Brasileira de Odontologia, o Grande Oriente Paulista da Maçonaria e outras entidades.

O presidente da OAB paulista, Luiz Flávio Borges D´Urso, disse a jornalistas não ter presenciado os gritos de "Fora, Lula". "Eu não ouvi. O que eu ouvi foi o Hino Nacional e o povo gritando 'Viva o Brasil'". O protesto é descrito no site do movimento (http://blog.cansei.com.br) como uma "manifestação cívica de cidadania e de amor ao Brasil".

Indagado pelos jornalistas sobre a reclamação dos parentes das vítimas, o presidente da OAB-SP disse que os familiares estavam representados no palco por entidades.

- Os líderes e representantes dessas entidades estavam no palco porque participam do movimento. O palco tem um limite de lotação e não pode abrir para todas as pessoas - D´Urso.

Os organizadores estimaram em 5 mil o número de participantes, enquanto a Polícia Militar informou o número de 2 mil manifestantes.

Os familiares das vítimas informaram que pretendem fazer uma outra manifestação, por volta das 19 horas de hoje, no aeroporto de Congonhas. Os familiares ressaltaram que a manifestação não é do Cansei. "É nosso", afirmou Roberto Gomes, que perdeu o irmão no acidente.

- Decidimos ir direto para o aeroporto. Vamos caminhar silenciosamente e, de lá, iremos para o local do acidente, onde depositaremos rosas brancas e faremos um minuto de silêncio".

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