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O presidente do Senado, Renan Calheiros, ficou irritado com a iniciativa do governo de transferir o depoimento do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para a Câmara sem ao menos consultá-lo. No plenário, Renan comunicou à Casa que o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, havia lhe informado que o depoimento do ministro acontecerá na próxima terça-feira, mas ele adiantou que isso não inviabilizará que Bastos também compareça ao Senado.

- Durante a semana que passou e durante esta semana, nós combinamos com os líderes e até com o ministro a sua vinda para prestar esclarecimentos no Senado ou no Congresso. Houve divergências com relação à data e nós ficamos, coletivamente, de decidir, como sempre fazemos aqui. Mas a Câmara resolveu marcar um depoimento para terça-feira. Esse é um episódio que nasceu na Câmara e se esgota na Câmara - avisou Renan.

Para Renan, é estranho que o ministro tenha feito este acerto com a Câmara depois de ter encaminhado uma petição ao Senado se colocando à disposição para prestar esclarecimentos sobre sua suposta participação no episódio da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa:

- Não sei por que isso acontece. Ouço falar em fogo amigo, mas eu não conheço muito disso, não sou especialista nessa matéria. Não sei se o fogo arde, se é fogo mesmo. Se pode ser chamado como tal e muito menos se é amigo. Só sei que isso aconteceu e me foi comunicado pelo deputado Aldo Rebelo e não tenho outra coisa a fazer senão comunicar a verdade ao plenário do Senado.

O líder do PSDB e autor do requerimento de convocação do ministro da Justiça, senador Arthur Virgílio (AM), adiantou que não abrirá mão de ouvir Márcio Thomaz Bastos.

- Quem vai decidir se o Márcio vem aqui é o Senado, e não o Márcio. Não vai colar essa história de ele ir na Câmara. Aconselho o ministro a propor uma sessão conjunta, com regras informalmente estabelecidas. Nada vai nos privar de conversar com ele - sugeriu o senador tucano.

Para o líder do PFL, senador Agripino Maia (RN), o mais racional seria marcar uma sessão conjunta da Câmara e do Senado, mas não na terça-feira. Sua sugestão é que o depoimento do ministro ocorra na quinta-feira, já que antes de ouvi-lo a oposição planeja convocar o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso para prestar novos esclarecimentos sobre o episódio da violação do sigilo do caseiro. Como o requerimento de Mattoso só deve ser votado na CPI dos Bingos na terça-feira e seu depoimento provavelmente ocorra na quarta-feira, a idéia é deixar a quinta-feira da semana que vem para o ministro da Justiça.

- Achamos que Mattoso pode dizer coisas que imponham uma nova vinda do ministro da Justiça ao Congresso - justificou Agripino.

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