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Caso Cachoeira

Senador diz que há "jogo combinado" entre parlamentares da CPI

Randolfe disse não saber detalhes do "jogo de cartas marcadas", mas que terá certeza "a partir de amanhã", quando deverá ser ouvido o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz

Em uma pausa na sessão, o senador Randolfe disse aos jornalistas que as perguntas ao governador foram "leves demais" | Antonio Cruz/ABr
Em uma pausa na sessão, o senador Randolfe disse aos jornalistas que as perguntas ao governador foram "leves demais" (Foto: Antonio Cruz/ABr)

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse nesta terça-feira (12) que há "um jogo combinado" na CPI do Cachoeira, que investiga os negócios de Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A comissão ouviu por cerca de oito horas o governador Marconi Perillo (PSDB-GO) por suposto envolvimento com o grupo de Cachoeira.

Em uma pausa na sessão, o senador Randolfe disse aos jornalistas que as perguntas ao governador foram "leves demais". "Eu acho que a CPI poderia ter exigido muito mais, o próprio relator poderia ter sido muito mais exigente e os parlamentares, principalmente do PT e do PMDB poderiam [ter exigido mais]. Claramente há alguma coisa estranha", disse o senador.

Randolfe disse não saber detalhes do "jogo de cartas marcadas", mas que terá certeza "a partir de amanhã", quando deverá ser ouvido o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT-DF). O senador sugere ter havido um acordo entre parlamentares da base aliada ao governo e do PSDB: os primeiros foram leves com Perillo, enquanto os tucanos não forçarão a mão nesta quarta-feira (13), no depoimento de Agnelo.

"É um jogo combinado e é inaceitável nós ficarmos nesse jogo como meros espectadores", disse Randolfe. Indagado sobre quem são os protagonistas do suposto acordo, o senador disse que "deve ter sido de madrugada, eu não participei, não sei dizer".

Um sinal do suposto acordo ocorreu durante a sessão que ouvia Perillo, às 15h50, quando o relator Odair Cunha (PT-MG) indagou ao governador de Goiás se ele se disporia a abrir mão de seus sigilos telefônico, bancário e fiscal. Parlamentares do PSDB reagiram, forçando um recuo de Odair Cunha.

Primeiro ele disse que Perillo estava "sim, sob investigação". Os tucanos reagiram aos gritos e impediram que Perillo respondesse ao pedido do relator. Logo depois, Cunha recuou. O presidente da comissão, Vital do Rêgo (PMDB-RN), acalmou os parlamentares ao afirmar: "O governador está aqui na condição de testemunha".

A partir disso, o relator corrigiu: "O governador Marconi Perillo comparece como testemunha numa investigação que estamos do envolvimento da organização criminosa e as pessoas que essa organização corrompeu e cooptou, especialmente no governo de Goiás e do DF".

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