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O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse que o indiciamento do publicitário Duda Mendonça será proposto no relatório final da CPI, que será apresentado na próxima terça-feira.

- Ele vai ser indiciado sim, basta analisar as condutas que nós temos documentadas, que serão publicadas no relatório final a ser apresentado na terça feira - disse o deputado, após o depoimento de Duda Mendonça à comissão.

Na avaliação de Serraglio, o depoimento desta quarta-feira foi "praticamente perdido". Durante todo o tempo, o publicitário manteve-se em silêncio, justificando que esta era uma estratégia de seus advogados para não comprometer a sua defesa, que, segundo ele (Duda), será feita em juízo.

- Foi perdida uma oportunidade muito importante de esclarecer algumas coisas que, para nós, são matemáticas. Dados que precisavam ter sido esclarecidos e não foram.

Por ter se mantido em silêncio, o depoimento de Duda foi marcado pelos protestos de muitos parlamentares, que discordaram da justificativa do publicitário. A frase mais usada por ele durante todo o depoimento foi: "Não vou responder a essa pergunta".

O presidente da CPI dos Correios, Delcídio Amaral (PT-MS), chegou a criticar a estratégia utilizada pelos advogados de manter Duda em silêncio, sob a alegação de evitar dizer algo que viesse a incriminá-lo.

- A estratégia adotada não foi muito feliz. Creio que para o próprio cliente, não foi a melhor idéia - disse.

Ele acrescentou que o hábeas-corpus preventivo concedido a Duda pelo Supremo Tribunal Federal foi interpretado por seus advogados de uma maneira "muito radical". Ainda bem que isso só aconteceu no final da CPI, disse Delcídio.

- Imagine se isso tivesse acontecido ao longo dos trabalhos, a dificuldade que teríamos para investigar os fatos - disse, referindo-se a outros depoentes que também estavam amparados pelo STF.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) também lamentou o silêncio de Duda Mendonça e chegou a afirmar que com tal atitude o depoente estaria "obstruindo" os trabalhos de investigação. "O silêncio, muitas vezes, fala mais alto. Pode ser caminho para uma condenação".

Em seu primeiro depoimento à CPI dos Correios, ao qual compareceu espontaneamente em agosto do ano passado, o publicitário confessou ter aberto uma conta em Bahamas, em nome da empresa Dusseldorf, para receber R$ 10 milhões do PT pelos serviços prestados na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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