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Decoro

Sessão é marcada por declaração machista do presidente da Assembleia

Valdir Rossoni fez insinuação de caráter familiar e pessoal a servidora da Saúde que tentava se manifestar sobre o projeto da Funeas

Valdir Rossoni (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa | Sandro Nascimento/Alep
Valdir Rossoni (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa (Foto: Sandro Nascimento/Alep)

Na tensa sessão em que a Assembleia Legislativa do Paraná aprovou a criação da Fundação Estatal de Saúde (Funeas), o presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB), disse frase de cunho machista para rebater a servidora Elaine Rodella, diretora do Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos Estaduais dos Serviços de Saúde (SindiSaúde). Com as galerias lotadas de funcionários do setor, Elaine tentou se manifestar em determinado momento. "Que nervosinha. Imagina o que essa mulher faz com o marido em casa", rebateu Rossoni.

A declaração foi seguida de vaias e gritos de "machista" pelas galerias. Elaine afirmou que, na hora, não conseguiu ouvir a manifestação de Rossoni, mas que foi avisada pelos presentes da declaração do deputado. "São manifestações que adquirem fundo pessoal, não é comportamento de um ocupante de função pública. Foi uma fala desnecessária. Não estou aqui como pessoa, mas como representante de dez mil servidores da saúde", declarou.

Vaias

Com a presença de cerca de 200 manifestantes nas galerias, a sessão teve outros momentos de tensão – envolvendo basicamente a Funeas e não o auxílio-moradia dos juízes. O deputado Ademar Traiano (PSDB), líder do governo, se irritou com os manifestantes, que interromperam com vaias seu discurso em defesa da fundação.

Rossoni interferiu nesse momento, e propôs dar a palavra a algum representante do SindiSaúde, para que defendesse seu ponto de vista, sob a condição de que as pessoas mantivessem o silêncio durante os discursos. Apesar de algumas vaias depois da proposta, foi aberto espaço ao sindicato.

Apesar disso, a votação do projeto antes da reunião do Conselho Estadual de Saúde para discutir a Funeas, na próxima sexta-feira, desagradou os sindicalistas. "Lamentavelmente, vivemos em uma sociedade em que os eleitos não respeitam a Constituição. A Lei Orgânica da Saúde diz que o conselho é deliberativo. Logo, o projeto tinha que ser aprovado lá antes de vir para a Assembleia", disse Elaine.

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