
Setembro é o auge da temporada das baleias no Litoral Sul. Em um sobrevôo, os pesquisadores do Projeto Baleia-Franca contaram 114 animais no trecho que vai do Norte do Rio Grande do Sul até Florianópolis.
Os biólogos contaram 22 baleias se deslocando de uma praia para outra na Capital de Santa Catarina. Elas chegam tão perto que alguns banhistas mais ousados tentam se aproximar a nado uma atitude pouco prudente diante de gigantes de 18 metros e 60 toneladas. Praia preferida
As baleias-francas migram da Antártica atrás de águas mais quentes para dar à luz e amamentar os filhotes e chegam a Santa Catarina. Nos cinco meses em que permanecem por lá, viram atração turística. "Toda vez que vimos nos emocionamos. Parece que é diferente a cada ano", comenta a dona-de-casa Irma dos Santos.
Depois de 25 anos de monitoramento, os pesquisadores já podem dizer qual a praia preferida das baleias-francas no litoral brasileiro: é a Praia da Ribanceira, uma baía com sete quilômetros de extensão na cidade de Imbituba.
Os especialistas querem saber o motivo da preferência. "Essa é uma região onde a linha de 20 metros de profundidade chega mais próximo à costa. As francas que estão com seus filhotes preferem áreas ainda mais rasas, entre 5 e 10 metros de profundidade. O que ainda não sabemos quais as vantagens para elas ficarem na região, como conforto e segurança", explica a bióloga Karina Groch. Passado trágico
Bem conhecido é o passado trágico das baleias. O massacre dos harpões durou quatro séculos. O óleo extraído das francas iluminou casas e ruas do Brasil Colônia e ajudou a erguer o conjunto arquitetônico colonial. A população desses animais foi reduzida de 100 mil para menos de 5 mil baleias até a caça ser proibida em 1982.
De lá para cá, a espécie vem se recuperando. Agora, as baleias só sofrem o assédio de caçadores de imagens. Curiosas, se aproximam dos barcos utilizados para turismo de observação e fazem pose para as lentes. "A boa notícia é que este ano tivemos registro de francas no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e até na Bahia. É um sinal de que a população está se recuperando e ocupando as antigas áreas de distribuição", comemora Karina Groch.



