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Legislativo paranaense

Só a Helisul participa de pregão de avião

Empresa alega que não vai lucrar com o aluguel de aeronave para a Assembleia, mas afirma que não poderia “deixá-la na mão”

A empresa Helisul Táxi Aéreo foi a única a fazer proposta para promover viagens oficiais para a presidência da Assembleia Legislativa do Paraná. Ontem, no pregão presencial para o "fretamento eventual de aeronave" ao Legislativo estadual, a companhia ofereceu R$ 6.975 por hora de voo, enquanto o edital de licitação previa limite máximo de R$ 7.250 por hora voada. Mesmo com a proposta mais baixa em relação ao valor previsto em edital, o valor da hora voo está acima dos preços praticados pelo mercado – incluindo aqueles ofertados pela própria Helisul –, tanto em voos comerciais quanto em serviços de táxi aéreo.

No edital de licitação, o Poder Legislativo exigiu a disponibilidade de uma aeronave que comporte até sete pessoas. Dividindo o valor oferecido pela Helisul – R$ 6.975 por hora de voo – pelo número máximo de eventuais passageiros, chega-se ao número de R$ 996,42 por hora voada para cada passageiro.

No entanto, o custo de uma hora voada por passageiro em um táxi aéreo varia de R$ 600 a R$ 920. O levantamento foi feito pela Gazeta do Povo com as empresas Avalon, Arrowjet, Taxi Aéreo Hércules e com a própria Helisul. O valor que a Assembleia vai pagar a Helisul por horas voadas, caso homologue a licitação, é de 8,3% a 66,07% maior do que o valor cobrado por passageiros por essas quatro empresas de táxi aéreo que operam em Curitiba.

Na prática, a Helisul vai ganhar mais por horas voo da Assembleia do que costuma ganhar em contratos privados. Porém, o gerente de licitações e contratos da empresa, Edgar Nunes, afirmou que o contrato que deve ser fechado com o Legislativo paranaense não é rentável para a Helisul. Segundo ele, os acordos da companhia preveem, em média, garantia mensal fixa de pagamento por pelo menos 35 horas voadas. Por outro lado, como o gasto máximo estipulado pela Assembleia com o serviço é de R$ 300 mil por ano, a Helisul receberá no máximo por 43 horas voo anuais.

Questionado do motivo de a empresa disputar a licitação mesmo considerando o contrato sem rentabilidade, Nunes disse que a Helisul tem um bom relacionamento com a Assembleia e que não iria "deixá-la na mão". "Esse nosso avião só atende o presidente da empresa e não está envolvido em nenhum contrato. Como fica direto em Curitiba, vamos atender a Assembleia. Se estivesse em Foz do Iguaçu [sede da empresa], não teria como", justificou. "A proposta está dentro do valor de mercado. Mesmo o contrato não sendo rentável, não teremos prejuízo."

Justificativas

Logo após o pregão, ao saber que só a Helisul havia comparecido, o presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB), disse que não pode obrigar ninguém a participar da licitação. Segundo ele, não se trata do aluguel de uma aeronave, mas da contratação de horas voo para emergências e eventualidades. "Nós vamos solicitar o avião em certos momentos e com antecedência, quando não houver tempo suficiente para comparecer em algum evento ou não tiver voo de carreira", afirmou.

Indagado sobre o "bom relacionamento" com a Helisul, o tucano disse apenas que conhece várias empresas de táxi aéreo que operam em Curitiba, uma vez que ele próprio é dono de uma aeronave. "Vamos comparar o preço com outros estados e, se for bom, fecharemos o contrato", disse.

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