Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Caso Cachoeira

Sob pressão, Demóstenes se desfilia do DEM

Partido não vai brigar na Justiça pela cadeira do senador. Para o presidente da legenda, destino político do ex-líder está agora nas mãos do Conselho de Ética

Agripino Maia: partido não tem argumentos para requerer cadeira de Demóstenes no Senado | Antônio Cruz/ABr
Agripino Maia: partido não tem argumentos para requerer cadeira de Demóstenes no Senado (Foto: Antônio Cruz/ABr)

Pressionado pela cúpula do Democratas e por denúncias, o senador Demóstenes Torres (GO) pediu ontem sua desfiliação do partido. Com a iniciativa, Demóstenes antecipou-se à decisão da legenda de abrir um processo que fatalmente levaria à sua expulsão do DEM. O senador é acusado de ser sócio do empresário do ramo dos jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal.

Em carta de duas páginas, entregue em mãos por um assessor ao presidente do partido, senador José Agripino (RN), Demóstenes discordou "frontalmente" da afirmação de que se desviou de forma reiterada do programa partidário, motivo que o DEM alegou para cobrar sua saída do partido.

"Assim, embora discordando frontalmente da afirmação de que eu tenha me desviado reiteradamente do Programa Partidário, mas diante do pré-julgamento público que o partido fez, comunico a minha desfiliação do Democratas", afirmou ele, que desde a semana passada não aparece no Senado para registrar presença.

Na saída do encontro com Agripino que selou a saída de Demóstenes do partido, o líder da bancada da Câmara dos Deputados, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), disse que o caso é um "assunto superado" dentro do partido. "A gente não passa a mão na cabeça de quem erra. Se ele não tivesse pedido para se desfiliar, certamente seria expulso. Não temos nenhum problema em cortar na própria carne."

O presidente do DEM afirmou que o partido não vai recorrer à Justiça para reaver o mandato do ex-líder da bancada Demóstenes Torres (GO). "O partido não tem argumento para a demanda", afirmou Agripino, para quem caberá ao Conselho de Ética do Senado decidir sobre a perda do mandato do senador goiano.

O conselho deve se reunir na próxima terça-feira para eleger o seu novo presidente. Caberá ao escolhido dar prosseguimento à representação feita pelo PSol para que o senador responda a um processo por quebra do decoro parlamentar.

Pela proporcionalidade das bancadas do Senado, a indicação para o conselho cabe ao PMDB. Mas ontem o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), indicou o nome do colega Wellington Dias (PI) para a vaga. Nos bastidores, o PT quer pressionar o PMDB a agilizar o andamento do caso Demóstenes.

Operação-abafa

Na semana passada, o líder da bancada no Senado, Renan Calheiros (AL), chegou a dizer que não havia necessidade de o Senado abrir uma investigação contra Demóstenes, já que o caso estava sob apuração da Justiça. Dias antes, o senador goiano havia apelado a Renan para tentar salvar o mandato.

Renan negou que o PMDB não queira levar o pedido do PSol adiante "A representação já está posta, vamos eleger o presidente do conselho de Ética. A partir daí é o encaminhamento regimental [do processo]", afirmou.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.