Brasília - Sob pressão, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), decidiu demitir a sobrinha Maria do Carmo de Castro Macieira. Ela foi nomeada, por ato secreto, em junho de 2005 para trabalhar no gabinete da então senadora e hoje governadora Roseana Sarney (PMDB-MA), filha do presidente do Senado. Maria do Carmo estava com emprego garantido depois que a diretoria-geral validou, na quarta-feira, a medida administrativa editada sob sigilo.
Segundo nota da assessoria de Sarney, ele pediu, por "zelo", para que o senador Mauro Fecury (PMDB-MA) suplente de Roseana demitisse Maria do Carmo. A nota diz ainda que somente ontem o senador descobriu o parentesco com a servidora. Maria do Carmo é casada com um sobrinho de Marly, mulher do senador. "O presidente José Sarney procurou informar-se no Maranhão de quem se trata e soube que ela é casada com um primo da governadora Roseana Sarney", diz a assessoria. "Apesar dessa relação não configurar parentesco de acordo com o Código Civil (artigo 1.595, parágrafo 1.º), há dúvidas em relação à súmula sobre nepotismo baixada pelo Supremo Tribunal Federal em 2008", ressalta.
O nome de Maria do Carmo faz parte da relação de 45 atos secretos convalidados na quarta-feira. Além dela, aliados de Sarney também foram beneficiados pela medida, entre eles a jovem aspirante a modelo Nathalie Rondeau, filha do ex-ministro Silas Rondeau, afilhado político de Sarney. Ela foi nomeada, por boletim sigiloso, em agosto de 2005 para trabalhar no Conselho Editorial, órgão presidido pelo senador. Por enquanto, está com emprego garantido.
O conselho também foi o palco da nomeação oculta de Alba Leide Nunes Lima, mulher de Chiquinho Escórcio, uma espécie de "faz-tudo" da família Sarney. Ela trabalha no gabinete do senador e sua nomeação foi legalizada na quarta-feira.



