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Políticos de 20 partidos receberam doações da Odebrecht declaradas no TSE. | Edilson Rodrigues/Agência Senado
Políticos de 20 partidos receberam doações da Odebrecht declaradas no TSE.| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Colocadas agora também sob suspeita, as doações oficiais da empreiteira Odebrecht a políticos foram feitas em 2014 a campanhas eleitorais ligadas a 20 partidos políticos.

São mais de R$ 13 milhões entregues diretamente a campanhas eleitorais de candidatos a deputado estadual e federal, senador, governador de estado e também de presidente da República – tanto Dilma Rousseff (PT) quanto Aécio Neves (PSDB) receberam uma parcela.

Além de petistas e tucanos, empresas do grupo Odebrecht também fizeram doações a filiados das seguintes legendas: PMDB, SD, PR, DEM, PSD, PSB, PV, PP, PSC, PHS, PTN, PRP, PCdoB, PTB, PDT, PPS, PTC e PTdoB.

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Mas, apesar da distribuição “igualitária” quando se trata de campos ideológicos, as doações oficiais da empreiteira se concentraram principalmente em políticos das regiões Sudeste e Nordeste, e fortemente em candidatos de Minas Gerais e Pernambuco.

Já os 30 políticos que ocupam hoje a bancada do Paraná em Brasília não figuram entre os beneficiados da Odebrecht naquela eleição.

‘Modus operandi’

Além dos pagamentos não registrados para campanhas eleitorais, o caixa dois, a propina entregue através de doações oficiais também faria parte do “modus operandi” de executivos da empreiteira Odebrecht, na tentativa de obter ‘favores’ dos políticos eventualmente eleitos ou para compensá-los por ‘favores’ já executados.

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Indícios de uso da campanha eleitoral como um caminho para a corrupção já surgiam no começo da Lava Jato, deflagrada em março de 2014. Mas, agora, investigadores da Procuradoria Geral da República (PGR) estariam avançando nas doações oficiais.

Detalhes sobre o esquema fariam parte do conteúdo das 77 delações feitas por pessoas ligadas à Odebrecht, e que estão à espera da homologação do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelos casos da Lava Jato envolvendo nomes com foro especial.

Até aqui, delações que se tornaram públicas revelam que pagamentos da Odebrecht seriam feitos principalmente para integrantes das cúpulas dos partidos políticos, com poder decisório ou influência nos trâmites de matérias no Congresso Nacional.

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Levantamento

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) consultados pela Gazeta do Povo mostram que, nas eleições de 2014, a Odebrecht não fez doações diretas a nenhum dos 30 deputados federais pelo Paraná hoje em exercício (sejam suplentes ou titulares).

Entre os políticos beneficiados com doações da empreiteira, estão nomes de Minas Gerais, Pernambuco, Goiás, Distrito Federal, Bahia, São Paulo, Paraíba, Piauí, Espírito Santo, Amapá, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Rondônia. A grande maioria das doações, contudo, foi destinada a candidatos de Minas e Pernambuco.

Apesar da ausência da Odebrecht na lista de doadores aos paranaenses, outras empreiteiras denunciadas na Lava Jato fizeram doações oficiais aos parlamentares da bancada em Brasília, como a Galvão Engenharia, a Andrade Gutierrez, a Queiroz Galvão, a Engevix e a UTC.

Entre elas, a Galvão Engenharia repassou o maior volume: pouco mais de R$ 2 milhões distribuídos entre os deputados federais Dilceu Sperafico (PP), João Arruda (PMDB), Luciano Ducci (PSB) e Nelson Meurer (PP). A Lava Jato não estaria investigando tais doações.

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