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Judiciário

STF investiga Sarney por crime financeiro

Senador teria recebido informação privilegiada ao sacar R$ 2 milhões no Banco Santos um dia antes de o BC decretar intervenção na instituição

Sarney nega ter tido informações privilegiadas | Sergio Lima/Folha Press
Sarney nega ter tido informações privilegiadas (Foto: Sergio Lima/Folha Press)

Chegou ao Supremo Tribu­­nal Federal (STF) um inquérito que investiga suspeita de que o senador José Sarney (PMDB-AP) teria recebido informação privilegiada antes de resgatar R$ 2 milhões aplicados em fundos do Banco Santos um dia antes de o Banco Central decretar intervenção na instituição financeira, em novembro de 2004. Ele responde por crime contra o mercado de capitais. O inquérito estava na Justiça Federal, mas foi transferido para o STF na última segunda-feira porque, como parlamentar, Sarney tem direito ao foro especial.

O relator do caso é o ministro Dias Toffoli. Na quinta-feira, ele enviou os autos para a Procuradoria-Geral da República, que dará um parecer sobre o assunto. Se opinar pela continuidade das investigações, o órgão poderá pedir diligências, como o depoimento do acusado e o pedido de informações a outras instituições para esclarecer melhor os fatos.

A ação que apura se o banqueiro Edemar Cid Ferreira cometeu crimes contra o sistema financeiro no Banco Santos tramitou na 6.ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo. O banqueiro já foi condenado a 21 anos de prisão por crimes como gestão fraudulenta, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, mas recorreu da sentença e continua em liberdade.

A parte da investigação contra Sarney foi proposta pelo Ministério Público Federal em São Paulo. Um dos indícios de que Sarney teria tido acesso a informações privilegiadas é a amizade próxima do senador com Edemar Cid Ferreira. Segundo testemunhas, o próprio banqueiro teria aconselhado o resgate do dinheiro.

Sarney já declarou que não teve informações privilegiadas e que isso foi referendando pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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